10 de novembro de 2015
O maior setor acadêmico da Universidade de Harvard está permitindo que alunos se matriculem para o novo ano acadêmico com gêneros masculino e feminino ou transgênero, e que escolham quais pronomes de tratamento, de gênero ou assexual, eles preferem.
O maior setor acadêmico da Universidade de Harvard está permitindo que alunos se matriculem para o novo ano acadêmico com gêneros masculino e feminino ou transgênero, e que escolham quais pronomes de tratamento, de gênero ou assexual, eles preferem.
A prestigiada faculdade de artes e ciências, que matricula cerca da metade dos 21.000 alunos de Harvard, lhes dará a chance de indicar se preferem utilizar os pronomes tradicionais “ele” e “ela” ou alternativas que incluem “ze,” “hir” ou variantes de “eles.”
“Se professores ou orientadores estão, inadvertidamente, expondo a sexualidade de alguém ao usar um nome ou pronome que não os representa, isso é um problema,” disse Michael Burke, escrivão da faculdade de artes e ciências da Universidade. Ele destacou que o programa pode ser estendido para outros cursos de Harvard no próximo ano.
Os professores terão acesso a essa informação através de um novo sistema acadêmico, eliminando, de acordo com Burke, o que pode ser uma conversa desconfortável sobre identidade de gênero entre professores e alunos.
“Se, no primeiro dia de aula, o professor se refere a você como um homem e você se identifica como uma mulher, mesmo que não seja trans, é nítido o efeito que isso pode causar,” disse Burke. “É desagradável.”
Essa ação surge numa época de maior consciência sobre americanos transgênero. A Universidade Estadual de Ohio oferecerá, pela primeira vez a partir desse ano, moradia para calouros transgênero; a Casa Branca também informou que, no mês passado, contratou seu primeiro funcionário transgênero, Raffi Freedman-Gurspan, que foi nomeado diretor de promoção e recrutamento no Setor de Funcionários Presidenciais da Casa Branca.
Espera-se que a ação não seja muito surpreendente no estado liberal do Massachusetts que, mais de uma década atrás, se tornou o primeiro estado americano a legalizar o casamento homossexual, disse Burke.
“Isso não é algo muito radical aqui no campus,” disse Burke. “É normal para mim ir a uma reunião onde as pessoas se apresentam não apenas por nome e cargo, mas por seus pronomes de gênero.”
Mas uma ação semelhante na Universidade do Tennessee, onde um informativo do Departamento de Diversidade e Inclusão da faculdade sugeria que os professores perguntassem aos alunos qual pronome de tratamento eles preferiam, destacando opções como “ze,” “zir” e “zirs”, foi alvo de duras críticas.
“Foi um exagero ridículo aos ditadores do ‘politicamente correto’ e fez da Universidade do Tennessee um alvo de piadas no país todo,” disse o Deputado Americano Duncan, um republicano do Tennessee e ex-aluno da faculdade.
Uma representante da faculdade descreveu a reação como um mal-entendido sobre o que deveria ter sido uma sugestão e não uma mudança na política da escola.
“Não há mandato ou política oficial para se utilizar essa linguagem,” disse a representante, Lili’a Neville. “Nossa intenção nunca foi que a comunidade do campus parasse de usar ‘ele’ e ‘ela.’”
Texto original publicado, em inglês, no site Reuters, e traduzido por Bianca Busato Portella – BBP Tradução de Inglês
Nenhum comentário:
Postar um comentário