Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sábado, 24 de setembro de 2016

A incrível história da menina que lutou contra o casamento infantil no Malawi

Ao ver sua irmã engravidar aos 11 anos e suas amigas de turma se casarem na pré-adolescência, Memory Banda lutou por uma lei que proibisse o casamento infantil em seu país – e conseguiu!

21.09.2016 | POR REDAÇÃO MARIE CLAIRE

Eu realmente preciso dar um passo a frente.” Foi com isso em mente que a jovem Memory Banda decidiu lutar contra uma realidade com a qual se deparou aos 13 anos de idade: o casamento infantil.

Banda é do Malawi, país africano, onde cerca de 50% das meninas de até 18 anos já são casadas, geralmente com homens que têm mais de 40 anos. Sua irmã mais velha faz parte das estatísticas. Aos 11 anos, quando atingiu a puberdade, ela foi encaminhada a um tradicional “campo de iniciação”, onde meninas são ensinadas a “dar prazer sexual a um homem”. De lá, ela já saiu grávida.

Inconformada e destemida, Banda se recusou a ir e tomou um caminho diferente, que contribuiu para acabar com práticas do tipo em sua comunidade.

“Uma vez que nasce uma menina no Malawi, imensas expectativas são colocadas sobre elas”, contou durante sua participação no evento “Social Good Summit”, em Nova York, nesta segunda (19). “A primeira coisa que comentam sobre ela é de sua beleza e de o quão bonita será.”

Conforme vai crescendo, o único assunto que ronda a sua vida é o casamento e a maternidade precoce. “Trata-se de uma tradição traumática”, relata. Nos campos de iniciação para onde as meninas são encaminhadas na pré-adolescência, “um homem pago pela comunidade é contratado para estuprá-las”.

Muitas delas acabam se casando imediatamente ou engravidam e abandonam a escola. Porém, segundo Banda, às que acabam deixando os estudos sobra apenas uma opção: o próprio casamento.

Esta realidade angustiante, conta ela, priva as jovens de sua infância e inocência. Por isso, quando Banda viu amigas e, principalmente, familiares embarcarem no casamento infantil, decidiu que precisava fazer alguma coisa.

“Minhas primas, irmã, as pessoas ao meu redor... Minhas colegas de turma estavam sendo obrigadas a casar. Quando percebi que isso estava acontecendo com pessoas próximas, realmente senti a dor que essas meninas estavam sentindo.”

Banda decidiu então dar um passo um tanto largo para uma menina de pés ainda pequenos, mas alcançou resultados que impactaram definitivamente na vida das meninas de seu país. Ela entrou para a ONG Girls Empowerment Network e junto com a ONG Rise Up e com líderes mulheres pediu ao líder de sua comunidade para que fosse instaurado um estatuto que garantiria que nenhuma garota seria forçada a se casar antes de completar 18 anos.

A solicitação avançou a nível nacional e deu origem a uma lei mais abrangente, aprovada em fevereiro, que proíbe o casamento de crianças de todo o Malawi, ao todo 4 milhões de meninas. “Nós dissemos que queríamos educação, e não casamento aos 11 anos de idade”, disse. “Gostaria de ver essas meninas sendo apoiadas e tendo acesso à igualdade de oportunidades na vida. Espero que garotas do mundo todo sejam capazes de falar em uma só voz, lutar pelos nossos direitos e alcançar os nossos sonhos todas juntas.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário