O evento promovido pelo Facebook e Instagram reuniu na Livraria Cultura uma série de mulheres empreendedoras para incentivar a ação feminina na construção de novas empresas
Clarissa Jurumenha
Clarissa Jurumenha
16/09/2016
Em média, um em cada quatro brasileiros possui seu próprio negócio, segundo dados de 2015 da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). No ano passado, a taxa de empreendedorismo no país foi de 39,3%, de acordo com o estudo, o maior índice dos últimos 14 anos. É quase o dobro do registrado em 2002 (20,9%). Nesse universo, há 8 milhões de mulheres com empresas ou microempresas registradas com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
Em média, um em cada quatro brasileiros possui seu próprio negócio, segundo dados de 2015 da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). No ano passado, a taxa de empreendedorismo no país foi de 39,3%, de acordo com o estudo, o maior índice dos últimos 14 anos. É quase o dobro do registrado em 2002 (20,9%). Nesse universo, há 8 milhões de mulheres com empresas ou microempresas registradas com Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.
Estima-se ainda que, sem o CNPJ, existam um total de 22 milhões de mulheres donas de seus próprios negócios no país. Os dados foram apresentados no evento#ElaFazHistória, promovido pelo Facebook e Instagram em Brasília na última quinta-feira (15/9).
“Os dados apontam ainda que as mulheres empregam mais que homens, quando em posição de chefia. Isso porque são mais inovadoras, criativas e encorajam mais a diversidade”, explica a porta-voz do Facebook Cadija Tissiane.
O projeto nasceu da equipe do Facebook no Brasil em parceria com o Think Olga. “Pensamos: como vamos discutir a necessidade do empoderamento feminino dentro do empreendedorismo no Brasil? Como levar para o Brasil a quantidade de exemplos de mulheres incríveis que temos a sorte de ter contato?”, questinou Cadija Tissiane. “Perguntamos para as moças do Think Olga o que elas sugeriam. A partir disso, encontramos uma forma de inspirar pessoas, contribuir para essa discussão e se engajar.”
A ideia nasceu da necessidade de sair do campo da capacitação e alcançar mulheres com histórias reais de luta dentro de um mundo patriarcal. “Dessa forma, vimos o projeto tomando forma, ativistas se engajando, nossas parcerias se formando”, continua Cadija.
No último ano, o número de páginas coordenadas por mulheres no Facebook dobrou. Entretanto, ainda há muito para trilhar na busca por equidade de gênero. Segundo dados da ONU, estima-se que somente em 81 anos seremos capazes de encontrar a igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Mais de 90% das mulheres empreendedoras ainda fazem dupla jornada de trabalho: dentro e fora de casa. A palestrante Ana Carolina Querino, gerente de programas da ONU Mulheres, apresentou um gráfico que aponta que, entre 2004 e 2014, a média de horas gastas em afazeres domésticos foi de 22 horas pelas mulheres, contra 10 horas dos homens.
O Centro-Oeste é um dos estados com mulheres coordenando empresas. Em 2010, 7 mil micro e pequenos negócios foram abertos pelo público feminino. Já em 2014, este número cresceu para 40 mil.
Desafios
Segundo dados do IBGE – PNAD (2004-2014) apresentados pela gerente de programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, uma mulher recebe cerca de 70% do salário de um homem para realizar a mesma função.
Além dos desafios financeiros e econômicos, o Brasil continua na 5ª posição mundial de feminicídios. “Uma em cada três mulheres é vítima de violência doméstica. Este é um número que precisamos mudar”, completa Ana Carolina.
Buscando reduzir os 81 anos estimados para alcançar a igualdade, a ONU criou a “Agenda 2030”. “Esta agenda é um plano de ação para as pessoas, para o planeta. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade. Reconhecemos que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.”
A gente precisa ir atrás e conquistar espaço. Quando a mulher ganha, todo o mundo ganha "
O programa #ElaFazHistória mostra mulheres empreendedoras e empoderadas que inspiram. O evento já passou por Recife e agora desembarca em São Paulo e Porto Alegre. Ainda em 2016, o programa se expandirá para a América Latina com palestras na Argentina, Colômbia e México. “É algo que vivenciamos juntos. Quando você empodera alguém, você também se empodera, se conhece e se descobre mais e mais”, afirmou Cadija.
Metrópoles
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