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domingo, 25 de setembro de 2016

Aldous Huxley pergunta: “Seres humanos ou meros cidadãos”?

Publicado em 24 de agosto de 2016 por 

O autor de Admirável Mundo Novo contraria o senso comum e alfineta: A educação e a sociedade industrial buscam apenas “qualidades socialmente valiosas”. Porém, “quando os homens são criados para serem cidadãos e nada mais, tornam-se, primeiro, homens imperfeitos e depois homens indesejáveis”
Curadoria e Narração: Alexandre Machado?
Trecho da obra Sobre a Democracia e outros Estudos, de Aldous Huxley. Edições em português esgotadas. Disponível em sebos em todo o país (consulte aqui)

“A educação atual e as atuais conveniências sociais premeiam o cidadão e imolam o homem. Nas condições modernas, os seres humanos vêm a ser identificados com as suas capacidades socialmente valiosas. A existência do resto da personalidade ou é ignorada ou, se admitida, é admitida somente para ser deplorada, reprimida ou, se a repressão falhar, sub-repticiamente rebuscada. Sobre todas as tendências humanas que não conduzem à boa cidadania, a moralidade e a tradição social pronunciam uma sentença de banimento. Três quartas partes do Homem são proscritas. O proscrito vive revoltado e comete vinganças estranhas. Quando os homens são criados para serem cidadãos e nada mais, tornam-se, primeiro, em homens imperfeitos e depois em homens indesejáveis.
“A insistência nas qualidades socialmente valiosas da personalidade, com exclusão de todas as outras, derrota finalmente os seus próprios fins. O atual desassossego, descontentamento e incerteza de propósitos testemunham a veracidade disto. Tentámos fazer homens bons cidadãos de estados industriais altamente organizados: só conseguimos produzir uma colheita de especialistas, cujo descontentamento em não serem autorizados a ser homens completos faz deles cidadãos extremamente maus. Há toda a razão para supor que o mundo se tornará ainda mais completamente tecnicizado, ainda mais complicadamente arregimentado do que é presentemente; que graus cada vez mais elevados de especialização serão requeridos dos homens e mulheres individuais. O problema de reconciliar as reivindicações do homem e do cidadão tornar-se-á cada vez mais agudo. A solução desse problema será uma das principais tarefas da educação futura. Se irá ter êxito, e até mesmo se o êxito é possível, somente o evento poderá decidir.

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