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sexta-feira, 16 de junho de 2017

'Women Photograph' é o projeto que destaca as fotógrafas que documentam nosso mundo

'Não podemos olhar para a guerra, a política e os direitos humanos exclusivamente pela ótica dos homens.'
 05/06/2017
Katherine Brooks Editora sênior de Arte & Cultura, The Huffington Post
O fotojornalismo atual está muito distante de seus dias de glória – a chamada época áurea da fotografia, entre os anos 1930 e 1960 --, quando fotógrafos carregavam máquinas Leica e faziam experimentos com os primeiros flashes. Na época, gigantes da fotografia como Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e outros membros fundadores da agência Magnum dominavam a área e ofereciam ao público imagens históricas de eventos militares, países distantes e instantâneos do mundo aos quais, de outro modo, as pessoas nunca teriam acesso.
Décadas mais tarde as revistas começaram a perder popularidade, e a mesma coisa aconteceu com o prestígio do fotojornalismo. Mesmo assim, as pessoas que ainda ocupam a linha de frente do fotojornalismo profissional continuam a captar algumas das imagens mais contundentes e cativantes do mundo. Pense, por exemplo, na foto feita por Burhan Ozbilici, da Associated Press, segundos após o assassinato do embaixador russo à Turquia.
"O fotojornalismo é responsável por definir como o grande público vê o mundo", disse ao HuffPost a fotógrafa documental Daniella Zalcman. "As fotos publicadas em nossos jornais e revistas expõem as pessoas a problemas, lugares e indivíduos com os quais elas provavelmente nunca vão interagir pessoalmente."
Porém, como nos tempos de Cartier-Bresson, Robert Capa e outros grandes nomes, outro aspecto do cenário do fotojornalismo continua igual: os maiores profissionais do ramo ainda são, na maioria, homens brancos, explicou Zalcman.
Segundo o "New York Times", nos últimos cinco anos apenas 15% das fotos que concorreram aos prestigiosos prêmios World Press Photo foram feitas por mulheres. E entre 80% e 100% das imagens contidas nas listas feitas pelas publicações das fotos mais significativas de 2016 são de fotógrafos homens. Fotógrafas mulheres maravilhosas (e em sua maioria brancas) como Margaret Bourke-White, Dorothea Lange e Inge Morath conseguiram desmentir as premissas superadas de seus tempos – que as mulheres seriam incapazes de trabalhar com o equipamento necessário ou cuidar delas mesmas em regiões de conflito. Mesmo assim, as histórias de sucesso delas são vistas hoje como exceções à regra.

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