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sábado, 17 de junho de 2017

Preconceito leva mães solo à pobreza, no Japão



Além de enfrentarem julgamentos por seus status de relacionamento, elas são cada vez mais pressionadas a deixarem os postos de trabalho para cuidar dos filhos

31.05.2017 | POR REDAÇÃO MARIE CLAIRE

O momento de expansão da economia japonesa tem sido cruel a uma parte específica da população do país. Muitas mães solo ainda estão lutando para sobreviver abaixo da linha de pobreza. De acordo com reportagem do The Washington Post, o preconceito tem desempenhado um papel importante no enfrentamento às dificuldades financeiras por mulheres que cuidam sozinhas de seus filhos.

Além de evitarem compartilhar com amigos e parentes a realidade de seus relacionamentos, muitas mães solo no Japão enfrentam uma intensa pressão para deixar o local de trabalho e ficar em casa cuidando dos filhos. Isso dificulta ainda mais que elas consigam encontrar uma maneira de ganhar a vida.
“Existe uma cultura da vergonha”, disse Yukiko Tokumaru, que dirige a ONG Child Poverty Action Osaka. “As mulheres ainda assumem posições ainda inferiores às dos homens em nosso país e isso afeta a maneira como somos tratadas. Mulheres tendem a conseguir trabalhos irregulares. Por isso, precisam de vários empregos para bancarem suas despesas.”

Tal estigma carregado pelas japonesas acaba se estendendo sobre seus herdeiros, que também enfrentam dificuldades. De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, 16% das crianças japonesas vivem abaixo da linha da pobreza. Esse número cresce para 55% entre famílias monoparentais.
Para resolver o problema, medidas começam a ser tomadas. Em Osaka, por exemplo, um serviço de bem-estar não-governamental oferece pacotes de alimentos de emergência para essas mães. O centro de Nishinari oferece refeições a crianças de famílias carentes financeiramente. A nível nacional, o primeiro-ministro Shinzo Abe lançou um plano abrangente que visa incentivar mais mulheres e mães a participarem da força de trabalho japonesa. Batizado de “Creating a Society in wich All Women Shine” (criando uma sociedade onde todas as mulheres brilham), o projeto, porém, tem gerado dúvidas. A princípio, ele serviria mais para alavancar a economia do país do que ajudar as próprias mulheres.

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