Somos pais para nossos filhos, somos filhos para nossos pais, somos trabalhadores para nossos chefes e muitas outras pessoas que desconhecemos. Somos estrangeiros para nós mesmos – tão estranhos quanto aqueles com quem convivemos e que acreditamos conhecer. Essa inacessibilidade ao outro e ao eu, que ora angustia ora motiva, é o grande pano de fundo das obras da franco-marroquina Leïla Slimani, que reflete sobre a mais fundamental questão da humanidade: quem somos, afinal?
Leïla Slimani é uma expoente da nova literatura francófona. Em 2016, foi vencedora do Prêmio Goncourt, um dos mais prestigiados de língua francesa, pelo best-seller “Canção de Ninar”. Uma jovem que saiu do Marrocos para ganhar a sonhada liberdade na Europa, Slimani fez do seu caminho individual um convite para que suas conterrâneas “se rebelem contra as leis medievais” de seu país, tornando-se uma voz global na luta pelo feminismo. Seus livros abordam as áreas sombrias da alma humana e trazem à tona temas silenciados sobre o universo das mulheres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário