Em 3 anos, percentual de homens negros em comerciais passou de 1% para 11%; entre mulheres negras, participação subiu de 4% para 16%. Brancos ainda são maioria.
Por Jornal Nacional
A presença de mulheres, negros e minorias aumentou em campanhas de publicidade no Brasil, mostra uma pesquisa feita pela agência Heads. O percentual, porém, ainda é pequeno comparado à participação deles na população.
O estudo é feito há três anos, a cada seis meses. Nesta edição, foram analisados 1.822 comerciais de TV.
O estudo é feito há três anos, a cada seis meses. Nesta edição, foram analisados 1.822 comerciais de TV.
Comparando os resultados com os anteriores, algumas mudanças aparecem. Na primeira pesquisa, de julho de 2015, 1% dos homens negros era protagonista das histórias. O número subiu para 11%. Entre as mulheres, a participação de negras passou de 4% para 16%.
Os brancos ainda são maioria. Entre os homens, 75%. E entre as mulheres, 73%. Outras etnias representam 11% entre as mulheres e 14% entre os homens.
Os dados indicam que a publicidade tem se esforçado para se adaptar a mudanças e deixar de lado estereótipos, como mulheres em comerciais de produtos de limpeza e apenas homens no papel de profissionais bem-sucedidos.
A conclusão é que há uma evolução, mas ainda bem longe do que se espera. “Vemos mais diversidade, mais situações empoderadoras, mas o que a gente vem percebendo é que essas mudanças não vêm acontecendo na velocidade que se espera. E na velocidade que essas discussões estão acontecendo na sociedade”, explica Bel Aquino, responsável pela pesquisa.
“Falta muito ainda para o mercado publicitário crescer e amadurecer, mas até aqui estamos satisfeitos porque os modelos começam a trabalhar e começam a acreditar que fazem parte desse negócio”, acrescenta Helder Dias Araújo, dono da HDA Models.
Os dados também mostram que não há mais a ditadura do cabelo liso e escorrido nas propagandas. Em 65% dos comerciais pesquisados, as mulheres têm cabelos naturais: ondulados, cacheados ou crespos.
“As pessoas olham para mim, veem meu cabelo e falam: 'Nossa, é moda, o seu cabelo está na moda, está todo mundo usando'. Não, não é moda. Eu me aceitei assim. As pessoas têm que se aceitar. As pessoas têm que ver quem elas são e elas estão escondendo isso. É a coisa mais linda que existe e as pessoas estão camuflando”, afirma a modelo Débora Rodrigues da Silva Oliveira.
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