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domingo, 3 de fevereiro de 2019

Mulheres se reúnem pelas redes sociais e ocupam praça da Zona Sul de SP para jogar futebol

Treino reúne até 60 mulheres que não são atletas e aprendem a desenvolver as habilidades por meio do esporte.

Por Gabriela Gonçalves, G1 SP — São Paulo
03/02/2019 
Mulheres se reúnem em praça na Vila Mariana para treinar futebol — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Mulheres se reúnem em praça na Vila Mariana para treinar futebol — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Um grupo formado por cerca de 60 mulheres pelas redes sociais se reuniu na manhã deste sábado (2) para treinar futebol em uma praça pública no bairro da Vila Mariana, Zona Sul da cidade São Paulo. O objetivo é que mulheres que não se conhecem, que nunca praticaram futebol e que não são atletas, se reúnam, se apresentem e descubram habilidades por meio do esporte.

A ideia surgiu da humorista Letticia Munniz. Ela conta que, durante a Copa do Mundo, percebeu que os jogos eram capazes de unir com amigos e família parar torcer e que o mesmo não acontecia nos jogos com atletas mulheres. A partir daí passou a estudar o esporte e jogar bola uma vez por semana com as amigas.
Letticia Munniz é uma das idealizadoras do projeto de reunir mulheres para jogar bola — Foto: Gabriela Gonçalves/G1Letticia Munniz é uma das idealizadoras do projeto de reunir mulheres para jogar bola — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Letticia Munniz é uma das idealizadoras do projeto de reunir mulheres para jogar bola — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Em suas redes sociais, a humorista repercutiu suas percepções sobre a falta de contato da mulher com o futebol e a associou que mulheres tendem a praticar esportes para emagrecer ou para manter a estética e não por prazer.
“Os meninos são incentivados a praticar esportes desde que nascem, por diversão, já as meninas só são incentivadas quando entram na adolescência, por pressão estética. Ninguém ensina para nós que a gente também pode se exercitar ou praticar esportes para se divertir”, diz Letticia.
Ao falar sobre isso, ela percebeu que não era a única a ter essa visão. Daí surgiu a ideia de criar um projeto que viabilizasse a participação de mulheres. Não foi fácil. Reunir mulheres, que nunca tiveram contato com futebol, com limitações distintas e que não se conhecem, em um fim de semana. “O resultado foi incrível”, comemora Letticia.
Mulheres se reúnem para jogar bola em praça na Vila Mariana — Foto: Gabriela Gonçalves/G1Mulheres se reúnem para jogar bola em praça na Vila Mariana — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Mulheres se reúnem para jogar bola em praça na Vila Mariana — Foto: Gabriela Gonçalves/G1

Treinadoras

O projeto, porém, não seria possível sem a participação de duas treinadoras que aceitaram participar sem receber por isso. Renata Medeiros, treinadora física, e Ana Cláudia Mayumi, treinadora técnica, são as responsáveis por acompanhar os treinos e passar os exercícios.
Ana Cláudia joga futebol há 14 anos e diz ter sofrido preconceito na adolescência. “Mas eu tive muito o apoio do meu pai que me levava para o Parque do Ibirapuera para jogar com ele.”
“Quero incentivar e apoiar mulheres a ocuparem e usufruírem de espaços ‘masculinizados’. Poder encorajar outras mulheres a experimentarem o futebol pelo simples prazer de jogar”, explica Renata.
Treino das mulheres é orientado por duas treinadoras — Foto: Gabriela Gonçalves/G1Treino das mulheres é orientado por duas treinadoras — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Treino das mulheres é orientado por duas treinadoras — Foto: Gabriela Gonçalves/G1

Espaço aproveitado

Ana Carolina Fiorin, 30 anos, é moradora do bairro Vila Mariana e conta que percebeu trabalhos de melhorias na quadra usada. “Faz 20 anos que eu moro aqui e é a primeira vez que eu vejo mulheres ocupando esse espaço, jogando e assumindo.”
“É maravilhoso ver que esse movimento fez esse espaço público ser útil para um bairro inteiro. Esse lugar estava abandonado e agora está sendo ocupado e pode do ser utilizado por todos.”
Ana Carolina Fiorin, 30 anos, é moradora do bairro Vila Mariana e conta que percebeu trabalhos de melhorias na quadra usada — Foto: Gabriela Gonçalves/G1Ana Carolina Fiorin, 30 anos, é moradora do bairro Vila Mariana e conta que percebeu trabalhos de melhorias na quadra usada — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Ana Carolina Fiorin, 30 anos, é moradora do bairro Vila Mariana e conta que percebeu trabalhos de melhorias na quadra usada — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Luana Alvarenga, de 27 anos, é mais conhecida Lulu Hipérbole, joga bola há quase 20 anos como hobby e como projeto, o Pelada Sapatônica. “Eu acho importante para caramba esse movimento. Isso é necessário, é necessário forçar nossa entrada nesse meio tido como tão masculino.”
“É comum os caras quererem que a gente prove que sabemos de futebol, perguntar escalação de 1900 e bolinha, o que é impedimento.”
Luana Alvarenga, a Lulu Hipérbole, joga bola há quase 20 anos — Foto: Gabriela Gonçalves/G1Luana Alvarenga, a Lulu Hipérbole, joga bola há quase 20 anos — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Luana Alvarenga, a Lulu Hipérbole, joga bola há quase 20 anos — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Dois anos afastada dos esportes, Maybi Donadeli, de 32 anos, soube do encontro pelas redes sociais e aproveitou a oportunidade para voltar para as quadras. “Sempre gostei de futebol, sempre joguei com homem mesmo, e quando eu vi que minha filha era bem vinda, eu disse “vamos!”
Mãe da Malu, de 1 ano e 3 meses, ela contou com uma rede de apoio. Enquanto treinava, não faltou quem se dispusesse a cuidar da filha. “Hoje meu marido está trabalhando e somos nós dois e ela, então esse apoio é importante.”
Maybi Donadeli e a filha Malu — Foto: Gabriela Gonçalves/G1Maybi Donadeli e a filha Malu — Foto: Gabriela Gonçalves/G1
Maybi Donadeli e a filha Malu — Foto: Gabriela Gonçalves/G1

Copa Feminina

A Copa do Mundo feminina de 2019 será realizada na França. O Brasil estreia no dia 9 de junho e caiu no grupo C e terá como rivais Austrália, Itália e Jamaica. O SporTV transmitirá o evento na íntegra, e a TV Globo e o GloboEsporte.com exibirão os jogos do Brasil ao vivo.

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