Vamos exaltar e valorizar o trabalho das mulheres que fizeram e fazem até hoje toda a diferença no debate sobre gênero e raça
por Equipe AzMina
20 de novembro de 2019
Nesse dia da Consciência Negra, vamos exaltar e valorizar o trabalho das mulheres que fizeram e fazem até hoje toda a diferença no debate sobre gênero e raça no Brasil e no Mundo. São filósofas, professoras, sociólogas e escritoras que dedicam suas vidas a pensar o lugar da mulher negra na sociedade e a lutar por mudanças.
Para falar em racismo e em feminismo negro, é essencial conhecer seu trabalho. E se você é uma pessoa branca querendo ser aliada na luta antirracista, aproveite para ler e estudar essas mulheres, para entender toda a estrutura que existe por trás das opressões e como usar seus privilégios para tentar mudar isso.
1. Sueli Carneiro
Filósofa e doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP), Sueli é também escritora e ativista do Movimento Feminista Negro. Foi ela quem fundou o Geledés – Instituto da Mulher Negra, em 1988, ressaltando a importância do recorte de raça no debate do feminismo. Sueli pesquisa e publica trabalhos sobre o racismo e a violência de gênero e foi uma das defensoras das cotas em universidades brasileiras.
2. Lélia Gonzalez
Nascida em 1935 em Belo Horizonte, Lélia é considerada a mulher que revolucionou o movimento negro no Brasil. A antropóloga e filósofa teve grande participação política no movimento negro e das mulheres durante sua vida e produziu diversos trabalhos intelectuais sobre a posição da mulher, principalmente negra e indígena, na sociedade brasileira. Lélia criou o termo Amefricanidade, trazendo enfoque para a formação histórica e cultural da América com forte influência africana e indígena. Morreu em 1994.
3. Conceição Evaristo
Professora e educadora, Conceição Evaristo é um dos principais nomes da literatura contemporânea no Brasil. Por ser uma mulher negra que enfrentou muita luta em sua trajetória, usa sua escrita como ferramenta política e de impacto. É doutora em literatura pela Universidade Federal Fluminense, luta pela valorização da cultura negra e tem livros de contos, romances e poesias publicados.
4. Angela Davis
Um dos principais nomes do feminismo negro, a filósofa estadunidense Angela Davis roda o mundo levando o debate de raça, gênero e classe para as pessoas. É ativista desde a década de 60, tendo participado de movimentos como os Panteras Negras e Black Power. Foi presa em 1970 e seu julgamento causou comoção no mundo todo, colocando em pauta não apenas seu caso, mas toda a condição da população negra. Foi inocentada de todos os crimes depois de 18 meses. Desde então, atua no ativismo. Ângela é marxista e também abolicionista, exigindo o fim do sistema penal. Tem cinco livros publicados, entre eles “Mulheres, Raça e Classe”.
5. bell hooks
Também dos Estados Unidos, bell hooks é formada em literatura e dedica seus estudos a raça, classe e gênero. Tem mais de 30 livros publicados, dos mais diversos gêneros: de poesia, passando por teoria, até obras infantis. Defende que o feminismo seja múltiplo e enxerga na pedagogia um papel essencial no combate ao racismo estrutural.
6. Patricia Hill Collins
Autora de “Pensamento Feminista Negro”, considerado um dos principais livros a analisar a ligação entre gênero e raça na base das opressões sociais. Professora universitária nos Estados Unidos, ela defende o compartilhamento de ideias de maneira fácil e acessível. Foi a primeira mulher a Associação Americana de Sociologia.
7. Maya Angelou
Nascida em 1928 nos Estados Unidos, a escritora e poeta foi uma das primeiras mulheres negras a emplacar um best seller no país. Foi seu livro “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, no qual relata sua própria trajetória de violências, abusos e superações. Seu poema Still I Rise é um ícone do movimento negro nos Estados Unidos.
8. Erica Malunguinho
Primeira mulher trans eleita como deputada em São Paulo, Erica é também artista e ativista do movimento negro e trans. De origem pernambucana, ela fundou o quilombo urbano Aparelha Luzia, em São Paulo, um espaço cultural de difunde e celebra a produção artística de pessoas negras e funciona também como área de resistência e acolhimento na capital paulista.
9. Djamila Ribeiro
Filósofa, acadêmica e ativista, Djamila é um dos principais nomes do feminismo negro no Brasil de hoje. Leva o debate sobre racismo e gênero a diversos grupos através da internet e também da participação em programas de televisão e relação com celebridades. É autora dos livros “O que é lugar de fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”.
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