De acordo o estudo, mulheres negras são mais da metade das vítimas dos crimes registrados entre 2016 e 2018.
Por Bom Dia Rio
25/11/2019
G1
O Instituto Igarapé lançou nesta segunda-feira (25), Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres, a plataforma EVA (Evidências Sobre Violências e Alternativas Para Mulheres e Meninas).
Nos dados do Rio de Janeiro, houve aumento de 317% nos casos de feminicídio entre 2016 e 2018, com um total de 167 vítimas.
Entre as mulheres vitimadas, 38% tinham entre 15 e 29 anos. Negras sofreram a maioria dos casos, com 64% dos crimes registrados. Quase metade dos feminicídios foi cometida com arma de fogo, 62% ocorreram dentro das residências e 56% por parceiros ou ex-parceiros.
Entre as mulheres vitimadas, 38% tinham entre 15 e 29 anos. Negras sofreram a maioria dos casos, com 64% dos crimes registrados. Quase metade dos feminicídios foi cometida com arma de fogo, 62% ocorreram dentro das residências e 56% por parceiros ou ex-parceiros.
Ainda de acordo com a mostra, também houve registro expressivo do número de tentativas de feminicídio. Em 2018, foram 288 tentativas e 71 casos de feminicídio computados.
Para a pesquisadora responsável pelo estudo, Renata Giannini, os casos de feminicídio podem ser evitados se políticas de segurança pública forem direcionadas também para os sinais de violência que os precedem.
"É fundamental olhar para todos os tipos de violência porque o feminicídio certamente foi precedido por uma série de outras violências, seja psicológica, seja moral, física, sexual. E a gente pode sim identificar todos os sinais possíveis antes que esse crime aconteça", afirma Renata.
Maioria das vítimas é negra
Segundo os dados registrados pelo instituto, de 2015 a 2018 foram listados 483.057 casos de violência contra mulher no Estado do Rio de Janeiro. Mais da metade dos registros foi sofrida por mulheres negras, com 51%, e mulheres brancas registrando 47%.
Na Saúde, mais de 107 mil mulheres foram atendidas em função da violência entre 2010 e 2017. Os tipos mais reportados, segundo o estudo, são violências físicas (59%), seguidas da violência psicológica (2%), sexual (12%) e patrimonial (1%).
O Instituto Igarapé é uma organização que promove políticas de segurança pública, desenvolvimento e justiça social no Brasil e no mundo. A plataforma EVA, lançada nesta segunda (25), além de reunir dados de crimes contra mulheres de todos os municípios do Brasil, também registra casos no México e Colômbia. O estudo fica disponível para consulta pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário