por: Karol Gomes
De acordo com uma pesquisa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), apesar de o Brasil não ser o maior produtor de agrotóxicos, ficando atrás de países como Japão, União Europeia e Estados Unidos, o brasileiro ainda é o maior consumidor de agrotóxicos por números absolutos.
E não é à toa: de acordo com o último relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas onze substâncias foram tóxicas usadas no agronegócio foram proibidas no Brasil, apesar de dezenas delas terem sido banidas na UE, nos EUA e em outros países à medida que surgiram novas evidências científicas de danos a saúde.
Pesquisadora química Thainara Alves
Ou seja, os agrotóxicos são ingredientes definitivos na alimentação diária do brasileiro e é bem difícil se livrar disso. Difícil, mas não impossível.
Para quem não encontra ou não pode investir em alimentos orgânicos, de produtos independentes, a nova esperança está nas mão da recém-formada em Gestão de Negócios e Inovação da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) e criadora da InQuimica, Taynara Alves.
Como trabalho de conclusão de curso (TCC) da faculdade, Taynara desenvolveu uma solução líquida que remove os agrotóxicos de vegetais e frutas. Agora, ela empreende com este produto, batizado de ‘Puro e Bom’, e que tem um diferencial. Ele permite uma limpeza profunda, capaz de remover até 85% dos metais pesadose substâncias químicas presentes nos alimentos, que podem ser prejudiciais à saúde.
E logo o ‘Puro e Bom’ vai deixar de ser algo revolucionário, para passar a ser de uso comum, pois Taynara tem recebido muito apoios, financeiros e educacionais, para produzir e vender com qualidade. Ela já participou do programa de aceleração da ONG Artemisia, o Lab Alimentação, foi selecionada pela Start Ambev, onde recebeu o aporte de R$ 50 mil para investir no projeto e ganhou uma mentoria prevista para começar na segunda quinzena de novembro e ainda vai participar do Vai Tech, um programa de aceleração da Prefeitura de São Paulo, que orienta os participantes sobre como viabilizar os projetos no mercado.
A química tenta amenizar os efeitos dos agrotóxicos na sua saúde
Os primeiros compradores da solução de Taynara, em embalagens de um litro que custam R$ 60, são pequenas e microempresas do segmento de alimentação saudável e alguns restaurantes.
Em meio a todas essas oportunidades, Taynara ainda encontra tempo – e muito tempo, para ficar no laboratório, pois a cada novo agrotóxico lançado no mercado, o ‘Puro e Bom’ ganha novas pesquisas e atualizações, além de sempre passar por novas revisões técnicas, para continuar cumprindo sua missão de remover substâncias químicas de alimentos.
Mas ela não faz nada disso sozinha. Para desenvolver e atualizar o produto, ela fundou a startup InQuímica. A ideia surgiu durante a graduação em Química na Universidade Federal do ABC e está indo tão bem, que Taynara pensa em expandir seu negócio para o ramo da beleza, com um demaquilante que remova as os metais pesados presentes também na maquiagem.
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