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sábado, 14 de julho de 2012


Para ministra, partidos não facilitam candidaturas de mulheres no Brasil

13/07 - Para ministra, partidos não facilitam candidaturas de mulheres no Brasil
Em cerimônia, ministra Eleonora lê carta enviada pela presidenta Dilma Rousseff Foto: Nei Bomfim/SPM

Em entrevista para a Rádio ONU, ministra Eleonora Menicucci destaca que a cota de 30%, destinada às candidatas, não é respeitada; Brasil tem apenas 8% de congressistas femininas 
 
Clique aqui para ouvir a entrevista no portal da Rádio ONU Português
 
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York. 
 
Os partidos precisam se empenhar para garantir maior participação das mulheres na política. A opinião é da ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), declarada em entrevista na segunda-feira (09/07) para a Rádio ONU, em Nova York. 
Após ser oradora principal da cerimônia dos30 anos de comemoração do Comitê de Acompanhamento da Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação a Mulheres (Cedaw), a ministra disse que os partidos não estão cumprindo a cota obrigatória destinada às candidaturas femininas.
 
"Os partidos políticos não têm interesse em cumprir a legislação. A legislação é a seguinte seja qual partido for: tem que ter no mínimo 30% de cada sexo. Então se tem 70% de homens, tem que ter 30% de mulher, mas os partidos não respeitam. Nenhum. O recurso dos partidos para as mulheres candidatas é muito pequeno. As mulheres vão para a política, mas tem um mundo que fica atrás delas: casa, filho… Então elas vão para a política ou quando elas são solteiras, ou quando elas já têm os filhos fora de casa", afirmou.
 
A ministra disse acreditar que com a ajuda das autoridades e da própria sociedade, deverá haver mais mulheres na política já no fim das eleições deste ano para prefeitos e vereadores.
 
América Latina - Eleonora Menicucci afirmou que para haver uma mudança real, a mulher tem que estar sentada nos parlamentos redigindo as leis.
"É fundamental que a mulher esteja no Parlamento seja ele municipal, estadual ou federal, porque é lá que se votam as leis. E a mulher tendo um lugar, uma cadeira no Parlamento, ela tem definitivamente garantido o seu voto. E eu tenho certeza que a mulher vota para as mulheres. Então, candidatem-se. O século é nosso e já começou."
 
Segundo dados oficiais, o Brasil tem apenas 8% de congressistas mulheres. É uma das menores cotas da América Latina e fica atrás também de países africanos, como, por exemplo, a Guiné-Bissau, a nação de língua portuguesa no oeste da África.

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