A ministra das mulheres na França quer acabar com a prostituição
Por Marina Caruso
NAJAT, 35 ANOS, É CONTRA A PRÁTICA DA PROSTITUIÇÃO E DEFENDE QUE ELA SEJA ABOLIDA |
A 11a. Conferência Internacional de Marie Claire, que, desde segunda feira (2) reúne editoras de 35 países onde a revista é publicada, acaba de terminar com um discurso polêmico da porta-voz do governo francês e ministra dos direitos das mulheres Najat Vallaud Belkacem (foto). Mãe de 2 gêmeos, de dois anos e meio, formada pela science-po e engajada na luta pelos direitos humanos desde a adolescência, Najat tem apenas 35 anos e impressiona pela capacidade de aliar força e elegância no discurso de combate à violência sexual contra mulheres. Ex assessora de Ségolène Royal - sobre quem falamos aqui há duas semanas – Najat diz que as prostitutas francesas têm expectativa de vida 40% menor que as demais mulheres e que, por isso ela é a favor da abolição da profissão. “Não é verdade que as mulheres se prostituem porque querem. Na França, 85% delas preferiam ter outro estilo de vida”. Segundo Najat, o caminho não é apenas proibir a prostituição, mas mostrar que há outras possibilidades para as mulheres de baixa renda que não apenas vender seus corpos.
“Quando me tornei ministra me jurei que não ia trabalhar para fazer diferença para o meu nome, para minha carreira, mas sim para uma vida melhor para mulheres” , disse. Na França, a prostituição não é crime, mas incentivar e facilitar o trabalho das moças é e dos mais graves. A lei entende como facilitação até mesmo dar carona a uma prostituta a caminho de um cliente. “Isso fez com que muitas garotas de programa, para evitar que seus clientes fossem presos, acabassem procurando zonas ainda mais perigosas e, assim, corressem ainda mais risco” . Para a ministra, abolir a profissão é única forma de efetivamente acabar com o problema. O que você acha disso?
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