Uma foto por dia no pior ano da minha vida
São Marias, Joanas, Cristinas. Anas, Marinas ou Lucianas… São de classes sociais diferentes, ricas ou pobres.Níveis culturais, intelectuais, profissões e atividades distintos. Em qualquer cor, raça, nacionalidade ou religião se encontra vítimas de violência. O vídeo acima é um comercial croata que buscou a mídia virtual para chamar a atenção para um problema que ainda ocorre com mais frequência do que se pode imaginar, e se aceitar. Com uma duração de pouco mais de um minuto, o vídeo é forte, emociona e nos lembra que alguns assuntos não podem cair no esquecimento. Temos não só a responsabilidade social de não aceitarmos que violências assim ocorram, mas também como seres humanos não podemos ficar impassíveis diante do abuso da força e da intimidação.
Há um velho ditado que diz: “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Há um limite muito tênue entre não se intrometer na vida de uma pessoa e ser omisso. E para justificar essa passividade diante desse problema, ouço com frequência pessoas argumentando que muitas vezes a própria mulher agredida sai em defesa do agressor. Não raramente esconde os fatos. Que não sabemos o que aconteceu para desencadear tal situação. E a pior de todas; e se ela deu motivo?
A tortura psicológica chega bem antes dos hematomas. A auto estima em baixa, a insegurança, o medo, a vergonha calam muitas vozes. Talvez o mais difícil de enfrentar na sociedade seja o julgamento. Aquele olhar que pergunta, mas o que você fez para merecer isso? Ou como você não reagiu? Eu entendo o silêncio de algumas mulheres, assim como também admiro as que tem força para gritar por socorro, enfrentando não só o mundo como também o próprio medo.
Às vezes é mais fácil nos indignar com atrocidades que estão muito longe da gente, porque justifica nossa impotência. No Irã, o código penal prevê até o tamanho das pedras que podem ser usadas durante um apedrejamento, para que machuque e não mate muito rapidamente. Acho que quando tapamos os olhos para não enxergar a violência contra a mulher (assim como muitas outras) é isso que estamos fazendo. Escolhendo o tamanho das pedras. De uma forma ou de outra, não se enganem, nós que a lançamos também.
A frase no final do vídeo diz: “Ajudem-me, não sei se eu posso esperar por amanhã…”
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