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quinta-feira, 9 de maio de 2013


Uma foto por dia no pior ano da minha vida

São Marias, Joanas, Cristinas. Anas, Marinas ou Lucianas… São de classes sociais diferentes, ricas ou pobres.Níveis culturais, intelectuais, profissões e atividades distintos. Em qualquer cor, raça, nacionalidade ou religião se encontra vítimas de violência. O vídeo acima é um comercial croata que buscou a mídia virtual para chamar a atenção para um problema que ainda ocorre com mais frequência do que se pode imaginar, e se aceitar. Com uma duração de pouco mais de um minuto, o vídeo é forte, emociona e nos lembra que alguns assuntos não podem cair no esquecimento. Temos não só a responsabilidade social de não aceitarmos que violências assim ocorram, mas também como seres humanos não podemos ficar impassíveis diante do abuso da força e da intimidação.
Há um velho ditado que diz: “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Há um limite muito tênue entre não se intrometer na vida de uma pessoa e ser omisso. E para justificar essa passividade diante desse problema, ouço com frequência pessoas argumentando que muitas vezes a própria mulher agredida sai em defesa do agressor. Não raramente esconde os fatos. Que não sabemos o que aconteceu para desencadear tal situação. E a pior de todas; e se ela deu motivo?
A tortura psicológica chega bem antes dos hematomas. A auto estima em baixa, a insegurança, o  medo, a vergonha calam muitas vozes. Talvez o mais difícil de enfrentar na sociedade seja o julgamento. Aquele olhar que pergunta, mas o que você fez para merecer isso? Ou como você não reagiu? Eu entendo o silêncio de algumas mulheres, assim como também admiro as que tem força para gritar por socorro, enfrentando não só o mundo como também o próprio medo.
Às vezes é mais fácil nos indignar com atrocidades que estão muito longe da gente, porque justifica nossa impotência. No Irã, o código penal prevê até o tamanho das pedras que podem ser usadas durante um apedrejamento, para que machuque e não mate muito rapidamente. Acho que quando tapamos os olhos para não enxergar a violência contra a mulher (assim como muitas outras) é isso que estamos fazendo. Escolhendo o tamanho das pedras. De uma forma ou de outra, não se enganem, nós que a lançamos também.
A frase no final do vídeo diz: “Ajudem-me, não sei se eu posso esperar por amanhã…”

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