Simeon Paterson
BBC News
É uma situação corriqueira nas fronteiras da Síria, mas para Marwan, de 4 anos, deve ter sido aterrorizante.
Depois de ter sido separado temporariamente de sua família no remoto posto de Hagallat no último domingo, ele foi encontrado por uma equipe da agência de refugiados da ONU, a UNCHR.
Andrew Harper, responsável pela agência da ONU na Jordânia (UNHCR, na sigla em inglês), o fotografou e publicou a imagem no Twitter. A foto foi republicada por internautas de todo o mundo.
Mas Harper diz que, por mais tocante que seja a imagem, não se trata de um caso incomum em meio ao "caos e confusão" gerado pela fuga de refugiados pelas fronteiras.
A maioria dos grupos são liderados por mães que levam consigo várias crianças e todas as suas posses para fora da Síria, segundo ele.
Quando os portões são abertos, refugiados desesperados se amontoam enquanto tentam cruzá-los. Crianças se perdem de suas famílias todos os dias.
Quando a situação se acalma, a equipe da UNHCR ajuda a essas crianças e, normalmente, elas não ficam muito tempo perdidas.
Harper disse que, depois de cruzar a fronteira, Marwan reencontrou sua mãe. Isto aconteceu cerca de dez minutos depois da foto ter sido feita.
Perdido, mas não sozinho
Nesta terça-feira, Harper publicou outra foto no Twitter que mostra que Marwan estava atrás de um grupo de refugiados no momento em que ele foi abordado pela equipe da UNHCR.
"Ele está perdido. Ele não está sozinho", diz.
Cruzar a fronteira é um momento de apreensão para as crianças e suas famílias – mais um trauma na jornada infernal entre suas vidas destruídas na Síria e o futuro incerto como refugiados em uma terra desconhecida.
A maioria dos refugiados que cruzam a fronteira em Hagallat – que não tem sequer uma estrada adequada – vem de Homs e de Al-Quaryatayn, e é provável que Marwan tenha vindo dos mesmos lugares.
Ele era apenas uma das cerca de mil pessoas que cruzaram a fronteira em direção à Jordânia naquele dia.
Hoje existem 600 mil refugiados sírios registrados pela UNHCR na Jordânia. É apenas uma parte dos 2,4 milhões de refugiados estimados em toda a região.
Não se sabe o que o futuro reserva para o jovem Marwan.
Mas, assim como outras crianças que encontram alívio ao cruzar a fronteira, espera-se que ele também possa sonhar com um futuro melhor.
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