Chance de descoberta possibilitar um teste genético que aponte a presença desses genes gera o temor de abortos por discriminação
Segundo uma nova e polêmica pesquisa da Universidade de Chicago, nos EUA, a homossexualidade está presente no DNA dos homens gays. Os cientistas que participaram da pesquisa identificaram dois genes que estariam ligados à homossexualidade masculina. Agora, a possibilidade de um teste genético durante a gravidez revelar a presença destes genes no feto gera o temor de que novos abortos sejam praticados por discriminação.
A pesquisa analisou o DNA de 400 irmãos gays durante vários anos e conseguiu identificar dois genes que seriam responsáveis pela orientação sexual dos voluntários. As descobertas foram divulgadas na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, nos EUA. Até agora, estudos não haviam conseguido identificar um marcador genético para a homossexualidade, uma possibilidade levantada pela primeira vez em 1993, mas descartada por estudos posteriores.
“Orientação sexual não tem nada a ver com a escolha”, declarou Michael Bailey, da Universidade Northwestern, em Illinois, um dos cientistas que colaboraram para o estudo. “Nossos resultados sugerem que pode haver genes em jogo. Encontramos evidências para dois conjuntos que determinam se um homem é gay ou hétero”.
A descoberta pode um dia levar a um teste pré-natal de “diagnóstico sexual” para fetos masculinos, uma possibilidade que já preocupa ativistas dos direitos humanos. No entanto, alguns especialistas, como o psicólogo Qazi Rhaman, da universidade britânica King´s College, em Londres, acredita que a genética é responsável por apenas 40% da orientação sexual de um indivíduo e que muitos outros genes podem estar envolvidos. Portanto, ele não vê a possibilidade de um teste genético determinar a orientação sexual.
Fontes: O Globo - Ser gay é uma questão biológica, e não uma escolha, sustenta pesquisa, Daily Mail - Being Gay is in Your Genes, Say Scientists in Controversial New Study
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