A ampliação prevista para a Central de Atendimento à Mulher – que passa passa a funcionar como disque-denúncia – deve atingir também o exterior. Por meio de parcerias com a Polícia Federal e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), atualmente o Ligue presta atendimento também às brasileiras em três países – Espanha, Portugal e Itália – e espera expandir seu alcance para mais 10 nações.
Atualmente, a brasileira que está em algum desses países e se encontra em situação de violência pode recorrer à Central via ligação gratuita, por meio da qual será orientada sobre o tipo de apoio que poderá receber do Consulado brasileiro. “O Consulado tem parcerias com as redes de atendimento às mulheres nesses países, e pelo Ligue 180 passamos também informações sobre direitos e alguns endereços de serviços. Isso é importante porque, muitas vezes, a mulher tem medo de procurar a polícia local, sobretudo se está em condição irregular”, aponta a coordenadora da Central, Clarissa Carvalho.
Segundo Clarissa, entre as demandas recebidas, grande parte refere-se a pedidos de informação sobre a Convenção de Haia, que define o crime de sequestro internacional de crianças.
“Às vezes, a mulher quer voltar para o Brasil com a criança, porque o pai e companheiro é o seu agressor. E ela se sente coagida, porque não pode sair do país com a criança sem autorização do pai”, exemplifica. “E no exterior a mulher fica ainda mais vulnerável por não estar no seu país. É comum, por exemplo, não dominar a língua ou não ter parentes e amigos íntimos a quem possa recorrer”, complementa a coordenadora, destacando a importância da denúncia para que a mulher seja amparada pelo Consulado.
Embora tenham essa peculiaridade, as ligações vindas do exterior guardam bastante semelhança com as nacionais: a maioria dos casos é de violência doméstica, perpetrada pelos próprios parceiros contra mulheres em idade produtiva e reprodutiva, boa parte já mãe (confira as estatísticas registradas pelo serviço).
A lista dos próximos 10 países a serem cobertos pelo Disque está sendo fechada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência, em conjunto com o MRE e o Ministério da Justiça, seguindo critérios como a existência de rede consular brasileira, de serviços de referência de atendimento às mulheres e de ligação da Polícia Federal brasileira no país.
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