Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

terça-feira, 11 de março de 2014

"É o livro que eu gostaria de ter lido aos 14 anos"

Clara Averbuck fala sobre o livro infanto-juvenil "Eu quero ser eu", que a escritora gaúcha lança em SP na terça-feira 11

por Redação
Clara
A autora do livro "Eu quero ser eu", Clara Averbuck
Paula Ragucci/Divulgação
Na terça-feira 11, a partir das 18h30, a escritora Clara Averbuck, colunista do site de CartaCapital, lança em São Paulo o livro Eu Quero Ser Eu. Após o sucesso de Máquina de Pinball, dirigido a um público adulto, a gaúcha de 34 anos investe agora no público infanto-juvenil com a história de Iracema (Ira), uma adolescente de 14 anos que foge dos clichês femininos da literatura.
Segundo Averbuck, o seu terceiro romance tenta mostrar às adolescentes que elas não precisam se esforçar para cumprir as expectativas de determinados grupos. “É duro falar isso em 2014, mas as mulheres ainda são criadas para obter a aprovação masculina”, conta a colunista responsável pelo blog “Feminismo pra quê?” --que, até fevereiro deste ano, mantevce ao lado da escritora Nádia Lapa. “Escrevi o livro que gostaria de ter lido aos 14 anos.” afirma. Nos seus planos, está transformar a vida da personagem em uma série e, junto com a sua sócia Letícia Simões, criar uma websérie para explorar o universo do livro.
CartaCapital: É a sua estreia como autora infanto juvenil. “Eu quero ser eu” já tem atingido o público alvo? Como está a repercussão?
Clara Averbuck: Tem atingido o público alvo e os adultos têm gostado bastante também. Muitas leitoras disseram que adorariam ter lido o livro durante a adolescência, que gostariam de ter ouvido algumas das coisas que lá estão antes de ter que passar por uma série de perrengues na vida. Eu também adoraria ter lido sobre vários dos assuntos abordados mais cedo; escrevi o livro que gostaria de ter lido aos 14 anos.
CC: Você disse que com este livro quer “fortalecer a autoestima das meninas”. Como isso é possível? Você coloca questões de gênero na história? 
CA: O que eu quero com a Ira é basicamente mostrar às meninas que elas não precisam viver para corresponder as expectativas nem masculinas e nem de grupo algum. É duro falar isso em 2014, mas as mulheres ainda são criadas para obter aprovação masculina. É só olhar a capa das revistas femininas, tudo gira em torno de um falso “poder” que é todo baseado em competição entre mulheres (“as invejosas”, ronc fiu) e mostrar aos homens como a mulher é incrível, linda, magra, poderosa, multitarefas, magra de novo e delicada porém imbatível. São muitas mensagens conflitantes. Se esse ideal de mulher já é nocivo para as adultas, imagina para as meninas que estão crescendo? Isso tem que ser quebrado e  tem que surgir um novo arquétipo de mulher na literatura, no cinema em todos os lugares. Já está surgindo: Frozen, por exemplo, é um filme com ideais feministas, como sororidade (termo comum ao feminismo, que significa uma espécie de fraternidade entre as mulheres que se reconhecem irmãs) e liberdade. No meu livro também há vários questionamentos acerca de estereótipos de gênero e uma quebra de expectativa de amor romântico, mas não vou dar spoiler!
CC: O que tem do seu primeiro livro, “Máquina de pinball”, feito pra um público diferente, no “Eu quero ser eu”?
CA: Ambos tem personagens femininas que fogem do modelo de mocinha, que, vamos combinar, já deu. As mulheres não são perfeitas, não são ou boas, ou más, e eu tento criar personagens com várias nuances, com defeitos e contradições.
CC: E os planos de transformar o “Eu quero ser eu” em série? Tem outros projetos?
CA: Além da ideia de fazer mais livros numa série que cresça junto com a Ira, eu e a Letícia Simões, minha sócia, estamos criando uma websérie desse primeiro livro. Tem infinitas possibilidades, a Ira ainda tem muito o que crescer e há outros personagens interessantes que podem se desenvolver mais. Estou muito entusiasmada com isso tudo. “Eu quero ser eu” não é um livro só para adolescentes, posto que todo o adulto tem um adolescente em algum lugar de si.
Serviço:
Lançamento do livro “Eu quero ser eu” de Clara Averbuck (68 páginas, Editora 7 letras)
Datas: 11 de março, às 18h30
Local: Livraria da Villa no Shopping Higienópolis – Avenida Higienópolis, 618, Higienópolis, São Paulo
Entrada franca

Nenhum comentário:

Postar um comentário