Os EUA são um de apenas oito países onde a taxa subiu ao invés de descer entre 2000 e 2014
29 ago, 2016
Um estudo conduzido pela Universidade de Maryland, nos EUA, e divulgado pela revista New Scientist, mostra que mortes relacionadas à gravidez nos EUA aumentaram 26,6% entre 2000 e 2014. O problema é maior no estado do Texas, onde a taxa de mortalidade materna chegou a dobrar entre 2011 e 2012.
Em 2014, a taxa média de mortalidade materna nos EUA era de 23,8 mortes a cada 100 mil partos, frente a 18,8 a cada 100 mil partos em 2000. Em comparação, no Reino Unido e na Austrália, aconteceram apenas nove e seis mortes a cada 100 mil partos, respectivamente, em 2015.
De acordo com uma análise prévia, os EUA são um dos oito países no mundo onde a taxa de mortes relacionadas à gravidez cresceu ao invés de diminuir entre 2003 e 2013. Os outros países onde isso aconteceu são Afeganistão, Belize, El Salvador, Guiné-Bissau, Sudão do Sul, Grécia e Seychelles.
“É importante destacar que a morte materna ainda é um evento raro, mas é de grande preocupação que a taxa está aumentando ao invés de diminuir”, disse a principal autora do estudo, Marian MacDorman.
Por que o Texas preocupa
Os pesquisadores da universidade não atribuíram uma causa específica para o aumento acentuado no número de mortes no Texas, mas a equipe notou que o estado passou por “algumas mudanças na oferta de serviços de saúde femininos” desde 2011.
Essas mudanças incluem cortes no orçamento destinado à saúde feminina e ao planejamento familiar. Uma nova lei proibindo o aborto no Texas – que foi recentemente evogada pelo Supremo Tribunal americano – também causou um número de clínicas de aborto no estado a fecharem, o que pode ter dificultado que mulheres em risco por causa da gravidez interrompessem a gestação.
No país como um todo há alguns fatores prováveis por trás dos números crescentes, diz Regina Davis Moss, da Associação Americana de Saúde Pública. Há mais mulheres engravidando em uma idade mais avançada, passando por cesarianas, ou engravidando enquanto lidam com complicações como obesidade ou hipertensão, que podem aumentar riscos associados à gravidez ou parto.
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