Pesquisa mostra que programadoras têm projetos rejeitados apenas por serem mulheres
29/08/2016 / POR JOÃO BOURROUL
O GITHUB, serviço utilizado por mais de 12 milhões de pessoas, é uma plataforma online colaborativa — os profissionais escrevem linhas de códigos para softwares ainda em desenvolvimento e o responsável pelo programa aprova ou reprova a contribuição.
No site, códigos escritos por mulheres têm uma taxa de sucesso de 78,6%, ante 74,6% dos programadores homens. Acontece que o GitHub dá ao usuário a possibilidade de revelar ou omitir seu gênero nos dados de cadastro de perfil: então, o grau de aceitação dos trabalhos cai para 62,5% quando mulheres tornam pública a informação de que são... mulheres.
A discriminação foi identificada por pesquisadores das instituições norte-americanas da California Polytechnic State University e da North Carolina State University. “A pesquisa sugere que mulheres são melhores programadoras que homens. Haveria sérias implicações para a indústria da tecnologia se a porcentagem de mulheres escrevendo códigos fosse de 40% e não de 14%”, diz Clarissa Rainear, coautora do estudo.
Aliás, mulheres que estudam Ciências na universidade abandonam o curso em uma proporção maior que seus colegas homens. Uma das hipóteses para justificar o êxodo foi apresentada por um estudo divulgado recentemente por pesquisadores americanos: quando solicitados a analisar o grau de conhecimento de seus colegas de classe, homens baseiam suas impressões no gênero e não no desempenho acadêmico.
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