Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sábado, 11 de março de 2017

Você às vezes se sente uma fraude? Vamos conversar sobre a síndrome do impostor

 / Por Aline Mello
Você recebe um elogio daquela profissional que admira muito e tudo o que consegue pensar é em quando ela vai descobrir que está enganada a seu respeito e se decepcionar? Você é convidada para palestrar naquele evento disputado, e fica com medo que descubram que você é uma fraude? Esse drama não passa só na sua cabeça: você é apenas mais uma vítima da Síndrome do Impostor.
Este fenômeno é descrito como um sentimento de falsidade em pessoas que acreditam que não são inteligentes, capazes ou criativas mesmo tendo evidências de sucesso. Apesar dessas pessoas serem extremamente motivadas para conquistar, elas também vivem com medo de serem descobertas ou expostas como fraudes. Se identificou?
Quem apresentou o conceito pela primeira vez, em 1978, foram duas mulheres: as psicólogas americanas Pauline Clance e Suzanne Imes. O gênero das pesquisadoras, nesse caso, é bem mais do que um mero detalhe: é um reflexo de como nós, mulheres, costumamos encarar nosso próprio sucesso. Sheryl Sandberg, COO do Facebook, fala justamente sobre isso na sua TED talk, que já citamos aqui no Mulheres Seguras. A executiva comenta que as mulheres estão sempre subestimando suas habilidades, porque se preocupam com parecerem ambiciosas ou porque atribuem seu sucesso a fatores externos, e esse é um dos comportamentos que contribui, por exemplo, para a maior parte dos cargos de liderança em uma empresa serem preenchidos por homens.
Além de ser prejudicial para a nossa autoestima, esse comportamento pode acabar fazendo com que deixemos de tomar certas decisões em nossas carreiras, perdendo oportunidades importantes. O colunista do The New York Times e Diretor de Educação em investimento na BAM Alliance, Carl Richards, escreveu sobre isso recentemente no jornal americano. Ele argumenta que a insegurança causada pela Síndrome do Impostor pode impedir que experimentemos algo novo, que não é familiar ou não seria algo óbvio para nossa área de formação, por exemplo. Parte desse fenômeno, na visão de Richards, vem do senso natural de humildade que temos em relação ao nosso trabalho, que é saudável. O que não é saudável é quando esse sentimento se torna um medo paralisador. Assim, deixamos de explorar por completo até mesmo as habilidades que são natas.
Como sobreviver à síndrome do impostor
Vamos ser realistas: não vamos conseguir eliminar completamente a Síndrome do Impostor das nossas vidas. O que precisamos é aprender a conviver com ela sem deixar que se torne um empecilho. Aqui vão algumas dicas para ajudar você a superar os momentos de insegurança:
  1. Lembre-se de que você não é a única. Até a comediante e atriz Tina Fey, que já apresentou o Globo de Ouro, já admitiu que se sente assim. Ela confessou, bem-humorada, a um jornal britânico, que já havia percebido que todos são fraudes, e por isso não tentava se sentir tão mal a respeito. Uma das maiores poetas e ativistas de direitos civis dos Estados Unidos, Maya Angelou, uma vez disse que, mesmo depois de já ter escrito onze livros ainda pensava que iam “desmascará-la”. Mesmo ela, que já havia conquistado três Grammys, e recebido a indicação a um Tony Award e um prêmio Pulitzer. Então, se você estiver se sentindo uma fraude, talvez seja justamente por que você ousou se aventurar em algo novo, assim como essas mulheres incríveis fizeram em suas carreiras.
  1. Encare esse sentimento como um sinal positivo. Por isso, em vez de sofrer e acabar desistindo antes mesmo de tentar algo, quando a Síndrome do Impostor bater, encare ela como um bom sinal. Se você estiver se sentindo insegura desse jeito, provavelmente é porque foi além da sua zona de conforto, e isso é bom. Quanto mais você exercitar esse pensamento, mais o sentimento de fraude vai passar despercebido. O simples fato de você respirar e pensar “É só a síndrome do impostor” já ajuda.
  1. Abrace a impostora que existe dentro de você. Se você estiver muito insegura antes de alguma reunião ou apresentação importante, uma boa saída pode ser simplesmente aceitar que você é a impostora que está dizendo que é e fingir. Como já mostramos aqui no Mulheres Seguras, pesquisas comprovam que o simples ato de tentar parecer confiante por fora já traz mais confiança. Então entre na personagem da profissional bem sucedida e segura e vá com tudo!
  1. Encontre meios para aumentar sua autoestima nas horas críticas. Existem inúmeras maneiras de fazer isso, e você precisa achar a que mais funciona para a sua realidade. Você pode montar uma pasta arquivando todos os comentários positivos que o seu negócio recebeu no Facebook e olhá-la de vez em quando, ou reler aquela recomendação bacana que recebeu do seu ex-chefe no LinkedIn. Ou você pode telefonar para aquela pessoa que com certeza que vai te deixar para cima, seja ela aquela amiga bem-humorada, ou sua mãe.
O segredo está em aceitar que o medo de falhar e de decepcionar alguém é inevitável, e em saber que o preço que você paga por deixar de tentar algo desafiador é muito alto. A verdade é que naquela reunião de negócios importante é bem possível que você não seja a única que está se perguntando como foi parar ali. Ninguém é seguro e confiante o tempo todo. Então, respire fundo, pense menos no que pode dar errado, e faça o seu melhor.

Para você se sentir mais segura:
Livros: Lean In – Sheryl Sandberg

Nenhum comentário:

Postar um comentário