Elas foram mulheres que desafiaram as normas de conduta de sua época. Conseguiram deixar sua marca em campos dominados pelos homens após muita luta.
Desta maneira, reunimos 20 grandes mulheres que se destacaram no seu momento histórico e provaram seu valor.
1. Cleópatra (69 a.C.- 30 a.C.) - rainha do Egito
Cleópatra, nascida em Alexandria, foi rainha do Egito de 51-30 a.C., durante a conquista romana.
Como era tradição na sua família casou-se com seu irmão, porém, reuniu partidários na corte e mais tarde, entrou em guerra contra o mesmo. Para poder vencê-lo, aliou-se aos romanos tanto militar, como afetivamente, pois foi amante de Júlio César e de Marco Antônio.
Com inteligência e senso político, Cleópatra soube tirar partido da dominação romana para garantir ao Egito um lugar privilegiado dentro do Império.
Ao saber que Marco Antônio havia sido derrotado e havia cometido suicídio, Cleópatra faz o mesmo deixando-se picar por uma cobra.
2. Tomoe Gozen (1157-1247) - soldado
Pensamos que somente os homens poderiam ser samurais, mas nada mais longe da realidade. Muitas mulheres recebiam treinamento militar a fim de proteger suas aldeias enquanto os homens estavam na guerra e mais de uma foi ao campo de batalha.
Tomoe Gozen foi uma dessas mulheres que se tornaria uma "onna-bugeisha", termo feminino para samurai. Assim, lutaria na Guerra de Genpei (1180-1185) junto ao marido, Minamoto no Yoshinaka (1154-1184).
Ela foi descrita como uma guerreira leal e competente. Teve um papel destacado na Batalha de Awazu, em 1184, quando matou o samurai Uchida Ieyoshi (? - 1184)
Tomoe Gozen se tornou uma figura popular na cultura japonesa e vários filmes e livros foram feitos contando sua vida.
3. Joana D’Arc (1412-1431) - líder militar
Joana D’Arc era uma camponesa francesa que viveu durante o período da Guerra dos Cem Anos.
Esta guerra tinha como objetivo expulsar os ingleses da Normandia. Com a morte do rei francês Carlos VI, a contenda se transformou numa guerra civil entre os franceses, pois havia aqueles que apoiavam os ingleses e outros que auxiliavam a Carlos VII.
Aos treze anos, teria escutado vozes que pediam que ela libertasse a França e coroasse como rei o Carlos VII. Joana D’Arc vestiu roupas masculinas, entrou no exército do soberano destronado e o liderou a vitória.
Foi entregue aos inimigos e morta pela Inquisição. Porém, seu exemplo de valentia é admirado até hoje.
4. Sor Juana Inês de la Cruz (1651-1695) - escritora e poeta
Nascida Juana Inés de Asbaje y Ramírez de Santillana como filha ilegítima – seus pais não eram casados – desde cedo Joana revelou grande inclinação pelos estudos. Chegou a propor a mãe que a disfarçasse de homem e a levasse para a universidade.
Aos treze anos foi para a Cidade do México e aí recebeu a proteção do vice-rei e de sua esposa, que se tornaram seu mecenas. Para eles, escreveu poemas, peças teatrais e elogios.
Não querendo se casar preferiu ingressar na Ordem dos Jerônimos, onde teve condições de seguir seus estudos, receber visitas e escrever.
Ao entrar na vida religiosa, mudou seu nome para Juana Inês de la Cruz e com este nome se tornou uma das grandes escritoras do Século de Ouro.
5. Bartolina Sisa (1753-1785) - líder militar e rainha
Bartolina Sisa nasce na cidade de Cantón de Caracato, na Bolívia, e se dedicou ao comércio de folhas de coca e de tecidos. Aprendeu a montar a cavalo, a manejar um fuzil e também se interessava por aprender táticas de luta.
Casou-se em 1772 com o Túpac Katari com o qual teve quatro filhos. Com o esposo, chegou a liderar 80 mil índios que se rebelaram contra os espanhóis.
Proclamada rainha, em 1781, tinha o mesmo nível hierárquico que seu marido e era uma líder respeitada e aceita por todos.
Os espanhóis, no entanto, fizeram alianças com tribos que eram contrárias ao casal e os derrotaram. Bartolina Sisa foi presa e condenada à morte por esquartejamento em 5 de setembro de 1785, em La Paz. Sua cabeça seria exibida em várias cidades e posteriormente foi queimada e as cinzas espalhadas.
O dia de sua morte foi proclamado como Dia Internacional da Mulher Indígena.
6. Imperatriz Leopoldina (1797-1826) - Imperatriz do Brasil
A Imperatriz Leopoldina nasceu como arquiduquesa do Império Austro-Húngaro e se casou com o herdeiro do trono português, o futuro Dom Pedro I.
Identificou-se de tal modo com a sua nova pátria que tomou partido dos brasileiros quando se iniciou o processo de Independência do Brasil.
Ausente, o Príncipe-Regente tornou-se a primeira Chefe de Estado do Brasil e aquela que assinou o documento que separava o novo país de Portugal.
Teve oito filhos e morreu aos 26 anos em decorrência de complicações sofridas no parto.
7. Nísia Floresta (1810-1885) - escritora, professora e conferencista
Nasceu no Rio Grande do Norte, em 1810, mas se estabeleceu em várias cidades como Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Paris.
Nísia publicou cerca de quinze livros sobre temáticas feministas, política, abolição e até um itinerário de viagem na Alemanha.
Pioneira, fundou os primeiros colégios dedicados ao ensino de meninas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Colaborou na imprensa carioca e dava conferências. Mais tarde, se mudaria para Paris e ali ficaria amiga do filósofo Auguste Comte.
Morreu na França e seus restos mortais foram transladados para Papari/RN que hoje se chama Nísia Floresta e abriga um museu para preservar a memória da educadora.
8. Clara Schumann (1819-1896) - pianista e compositora
Clara Schumann foi uma das maiores pianistas do século XIX comparável a Liszt. Nascida em Leipzig, Alemanha, foi esposa do pianista e compositor Robert Schumann e amiga do compositor Johann Brahms.
Clara compôs obras para piano, canções e música de câmara, inspiradas no movimento do Romantismo. Além disso, editou e divulgou em recitais várias partituras do marido após a morte deste.
Mãe de oito filhos, professora renomada e concertista, Clara Schumann não deixou uma obra extensa, mas suas peças são de excelente qualidade.
9. Marie Curie (1867-1934) - cientista e professora universitária
Nascida na Polônia, Marie Curie foi para Paris onde desenvolveu uma importante carreira como cientista. Casada com Pierre Curie, os dois compartilhavam suas experiências e seu conhecimento.
Foi a primeira a mulher a lecionar na Universidade de Paris, a ganhar o Prêmio Nobel e a primeira pessoa a fazê-la em duas ocasiões: em Física (1903) e Química (1911).
Seus feitos incluem descobertas no campo da radioatividade e os elementos polônio e o radio. Também fundou o Instituto Curie em Paris e Varsóvia.
Pesquisadora incansável, Marie Curie acabou morrendo vítima de leucemia contraída através dos elementos radioativos que ajudou a descobrir.
10. Mary McLeod Bethune (1875-1955) - educadora e ativista
Nascida de pais escravos, Mary McLeod Bethune cresceu no ambiente segregacionista da Carolina do Sul (EUA). Bethune só foi para a escola aos 11 anos e quando voltava das aulas ensinava o que havia aprendido aos pais.
Formou-se pelo Instituto Bíblico Moody. Em 1904, na Flórida, abriu uma escola para meninas negras, a fim de provar que elas eram capazes de receber educação formal. Mais tarde, esta se transformaria na Universidade de Bethune-Cookman, voltada para estudantes afro-descendentes.
Na década de 30, participou ativamente da campanha presidencial de Franklin Roosevelt. Quando este foi eleito, passou a integrar o Conselho para Negros assessorando as políticas presidenciais para pessoas de cor.
A primeira-dama, Eleonor Roosevelt, era sua grande aliada para a promoção das pessoas negras. Durante a Segunda Guerra foi conselheira especial das Forças Armadas ajudando as mulheres negras que desejavam ingressar no Exército.
Após deixar o governo continuou sua militância política através de conferências e artigos até sua morte, em 1955.
11. Amelia Earhart (1897-1937) - piloto de avião
Amelia Earhart nasceu no Kansas, Estados Unidos e ficou fascinada pela aviação quando voou pela primeira vez. Em 1920, deixou a Universidade e trabalhou em vários empregos para juntar dinheiro para as lições de voo.
Tornou-se a 16.ª mulher no mundo a ter um brevê de aviação e foi a primeira em voar a mais de 4000 metros de altitude. Um ano após Charles Lindbergh ter cruzado a Atlântico, Amelia Earhart seria a primeira mulher a fazê-lo em 1928.
Ainda tentaria dar a volta ao mundo em duas ocasiões. Na segunda, em 1937, voando sobre o Pacífico, ela e seu auxiliar se viram perdidos e sem combustível suficiente.
Como seus corpos nunca foram encontrados, ambos foram declarados oficialmente mortos em 1939.
12. Frida Kahlo (1907-1954) - pintora e militante socialista
Frida Kahlo cujo nome completo era Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón teve sua vida marcada pela tragédia e pela arte.
Sofreu um grave acidente quando adolescente que a obrigou a ficar muito tempo na cama e a impediu de ser mãe. Igualmente, as sucessivas operações que devia se submeter para corrigir a coluna causavam imenso sofrimento.
Militante socialista, companheira do pintor e muralista Diego Rivera, Frida Kahlo soube plasmar em suas obras sua dor com elementos da cultura popular mexicana.
Assim, encontramos as cores fortes, os desenhos quase naifs para retratar temáticas universais como a perda, a solidão e o abandono.
13. Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) - religiosa
Nascida em Skopje, atual capital da Macedônia, quando esta era ainda uma província do Império Otomano. Aos 18 anos, Madre Teresa decide se tornar freira e missionária escolhendo ingressar na Ordem de Nossa Senhora de Loreto, que realizava missões na Índia.
Chega à Índia em 6 de janeiro de 1929 e torna-se professora, e posteriormente diretora, da escola que as religiosas mantinham. No entanto, em 1946 diz que recebeu um chamado para "cuidar dos mais pobres entre os pobres" vivendo no meio deles.
Isto significava, no sistema de castas da Índia, cuidar dos rejeitados, leprosos, deficientes físicos e mentais. Soma-se à isso que o país havia feito recentemente sua independência e o governo não tinha como ajudar aos necessitados.
Em 1950 recebe autorização para fundar uma congregação que recebe o nome de Missionárias da Caridade. O hábito branco de listras azuis, cortado à moda do sari indiano, seria a marca registrada dessas religiosas.
Por seu trabalho incansável foi reconhecida com o Prêmio Nobel da Paz de 1979. Também era amiga de várias personalidades como a princesa Diana (1961-1997) e o papa João Paulo II (1920-2005) que a ajudavam com sua obra.
14. Hedy Lamarr (1914-2000) - atriz e inventora
Hedwig Eva Maria Kiesler, conhecida como Hedy Lamarr, nasce na Áustria numa família abastada e de intelectuais. Ingressou na faculdade de engenharia, mas a abandona para ser atriz.
Protagoniza vários filmes e é a primeira mulher a se desnudar num filme comercial o que causou escândalo na época.
Casada com um simpatizante do nazismo, vai para Paris fugindo do marido e mais tarde, para os Estados Unidos. Ali retornaria sua carreira de atriz protagonizando dezoito filmes em nove anos e sendo considerada uma das mulheres mais bonitas do seu tempo.
Quando começou Segunda Guerra retoma os estudos científicos. Desenvolve junto ao compositor americano George Antheil (1900-1959) um sistema que permite alargar a frequência de rádio que teleguiava mísseis.
Os militares não se deram conta da importância do invento até a Crise de Mísseis de Cuba, em 1962. Posteriormente, o invento foi utilizado para o desenvolver o Bluetooth e a wifi que estão presentes em nosso cotidiano.
15. Margaret Thatcher (1925-2013) - química e primeira-ministra britânica
Margaret Thatcher foi a primeira mulher a alcançar o posto de primeira-ministra no Reino Unido. Oriunda de uma família de classe média, cursou Química na Universidade e posteriormente, Direito.
Envolveu-se na política militando pelo partido Conservador pelo qual seria deputada, ministra e, finalmente, sua líder. Venceu as eleições para ser a premiê britânica em 1979 e seria reeleita até 1990.
Seu governo foi marcado por greves, atentados na Irlanda, a Guerra das Malvinas e a tímida abertura que se ensaiava na União Soviética.
Sua resposta era normalmente agressiva e firme, fazendo com que o apelido de "Dama de Ferro" ganhasse força.
O legado neoliberal de Margaret Thatcher permanece controverso até hoje. Contudo, ela provou que as mulheres poderiam fazer uma carreira política sem precisar da ajuda de um marido.
16. Nina Simone (1933-2003) - compositora, cantora, pianista e ativista
Nascida Eunice Kathleen Waymon, na Carolina do Norte, tinha o sonho de tornar-se pianista clássica e estudou na prestigiosa Julliard School, de Nova York. No entanto, foi recusada no Instituto Curtis, na Filadélfia, por ser negra.
Decide, então, tornar-se cantora e pianista e adota o nome de Nina Simone. Ela comporia 500 canções, gravaria 60 discos e seria indicada ao Grammy 15 vezes, mas não ganharia nenhum prêmio.
Além de sua importante atividade musical foi uma ativista dos Direitos Civis americanos. Suas letras contam as dificuldades pelas quais os afrodescendentes passavam e se tornaram hinos do movimento negro.
17. Valentina Vladimirovna Tereshkova (1937) - cosmonauta e política
Valentina Vladimirovna Tereshkova foi a primeira mulher a viajar ao espaço em 16 de junho de 1963. Até hoje, continua sendo a primeira e a única a fazê-lo sozinha. Permaneceu em órbita por quase três dias e seu feito foi amplamente publicitado dentro do ambiente da Guerra Fria.
Valentina era uma operária de uma fábrica têxtil e paraquedista. Foi selecionada pelo programa espacial soviético que planejava mandar outra pessoa ao espaço depois de Yuri Gagarin tê-lo conseguido em 1961.
Além do objetivo militar, a ida de Valentina ao espaço promovia a igualdade entre os gêneros e classes. Deste modo, se mostrava a superioridade do socialismo sobre o capitalismo.
Após o fim da URSS, Valentina tornou-se deputada na assembleia russa (Duma) e segue ativa dando conferências sobre sua viagem espacial.
18. Françoise Barré-Sinoussi (1947) - cientista
Nascida em 1947, seus estudos lhe permitiram identificar o vírus HIV em 1984. Esta descoberta a fez ser premiada com o Prêmio Nobel de Medicina junto com seu antigo orientador do Instituto Pasteur, Luc Montagnier.
Desde criança se mostrou interessada em observar e dissecar insetos, mas hesitava entre cursar Medicina ou seguir a carreira de pesquisadora. Por isso, ao conseguir um estágio no Instituto Pasteur, suas dúvidas se dissiparam e ela se tornou virologista.
Françoise Barré-Sinoussi continua ativa dando conferências sobre a AIDS e a importância da prevenção em relação a esta doença.
19. Marta Vieira (1986) - jogadora de futebol
Marta Vieira nasceu em Dois Riachos (AL) e desde criança jogava futebol com os meninos da escola e da rua.
Sua velocidade e o poderoso chute de canhota fizeram com que ela fosse reconhecida como Melhor Jogadora pela FIFA durante cinco anos seguidos, fato que nenhum homem ou mulher superou até 2018.
A atleta começou no CSA de Alagoas, mas se transferiu para os Estados Unidos onde defendeu o Los Angeles Sol. No entanto, foi na Suécia com o time Umea IK que se destacou atraindo a atenção da imprensa internacional.
Pela seleção brasileira, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2003 e 2007. Nos jogos Olímpicos de 2004 e 2008, obteve a medalha de prata. Na Copa do Mundo de Futebol de 2007, o Brasil ficou em 2.º lugar, porém ela foi a artilheria e escolhida a melhor jogadora da competição.
Em 2018, Marta se encontra na equipe Orlando Pride, nos Estados Unidos.
20. Malala Yousafzai (1997) - escritora e ativista política
Malala Yousafzai nasceu no Paquistão. Seu pai era professor, e com a chegada dos talibãs à região, em 2007, as meninas foram proibidas de ir à escola.
Malala, que era uma estudante brilhante, organiza manifestações com as colegas. Mais tarde, daria entrevistas e escreveria um blog para a BBC narrando a situação do povoado.
Desta forma, ela e seu pai começaram a receber ameaças de morte. Ela, porém, continuou ir à escola e protestar contra a proibição.
Por isso, no dia 9 de outubro de 2012, os talibãs interceptaram o ônibus que a levava para o colégio e atiraram em seu rosto para matá-la. O atentado gerou uma comoção mundial e a vida de Malala passou a ser conhecida em todo mundo.
Quando se recuperou, Malala realizou um discurso contundente na ONU em defesa da educação infantil, ganhou várias prêmios internacionais, lançou livros e criou a Fundo Malala para financiar a educação feminina.
Foi agraciada em 2014 com o prêmio Nobel da Paz sendo a pessoa mais jovem a recebê-lo. Em 2018, Malala mora no Reino Unido, mas não descuidou dos estudos e está matriculada na Universidade de Oxford onde cursa Filosofia, Política e Economia.
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