por: Redação Hypeness
Youtuber e dona do canal “Como assim, cega?“, a jornalista Nathalia Santos produz conteúdos diversos sobre as próprias vivências enquanto pessoa com deficiência visual. Em um vídeo recente, a influenciadora explicou com detalhes por que o uso da letra “x” (xis) ou do sinal de “@” (arroba) atrapalham a acessibilidade para quem depende de leitores digitais que traduzem para áudio o que está escrito. A utilização de ambos os elementos costuma aparecer como alternativas para neutralizar o gênero de palavras em português.
Questão identitária para quem não se reconhece dentro dos parâmetros de binariedade de gênero, a neutralização de palavras que fazem diferenciação entre feminino e masculino tem sido uma demanda de setores do movimento LGBTQIA+. Contudo, o uso de letras ou símbolos não-legíveis ou de difícil pronúncia por programas eletrônicos de leitura em voz alta acaba prejudicando outra minoria social.
Questão identitária para quem não se reconhece dentro dos parâmetros de binariedade de gênero, a neutralização de palavras que fazem diferenciação entre feminino e masculino tem sido uma demanda de setores do movimento LGBTQIA+. Contudo, o uso de letras ou símbolos não-legíveis ou de difícil pronúncia por programas eletrônicos de leitura em voz alta acaba prejudicando outra minoria social.
“A gente que é deficiente visual usa um leitor de tela, seja no celular, seja no computador […] A questão é que, quando a gente coloca o ‘x’ e o ‘@’ no lugar do artigo, ele não reconhece”, explica Nathalia.
“Fica muito difícil a nossa compreensão num texto, por exemplo, com várias palavras quando a gente coloca um ‘tod@s’, um ‘todxs’. A gente não consegue entender. Às vezes, a gente precisa ler três, quatro vezes o mesmo texto, o mesmo artigo, pra chegar na mesma compreensão.”
Ana Gabi, uma usuária do Twitter, comentou sobre a mesma dificuldade ser enfrentada por pessoas com dislexia.
Segundo a jornalista, existem algumas opções para não deixar de aplicar a neutralização de gênero. “Existem algumas alternativas. Como, por exemplo, colocar ‘todos e todas’, ‘amigos e amigas’. Às vezes, eu uso ‘todes’, eu ponho no lugar do artigo ‘o’ e ‘a’ o ‘e’, que também ajuda pra caramba”.
Nathalia mostra também na prática como o leitor de tela funciona durante o vídeo, que pode ser visto na íntegra no Instagram da influenciadora.
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