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quarta-feira, 8 de julho de 2020

Partido de Merkel quer ter mulheres em metade dos cargos até 2025

CDU pretende introduzir regime de cotas para aumentar participação feminina em cargos de liderança. Proposta prevê mulheres ocupando de 30% dos postos a partir do ano que vem, com aumento paulatino.

08.07.2020
Klausurtagung CDU Bundesvorstand Merkel in Kiel (REUTERS)
Merkel ocupou a liderança da CDU por quase 18 anos, mas o partido hesitava em introduzir cotas para mulheres

A liderança do União Democrata-Cristã (CDU), o partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, aprovou nesta quarta-feira (08/07) um projeto que visa introduzir cotas vinculativas para representação feminina nos principais cargos da legenda conservadora.

A partir do próximo ano, pelo menos 30% dos cargos de liderança partidária, a partir das estruturas distritais, deverão ser preenchidos por mulheres. A cota deve ser aumentada gradualmente para 40% em 2023 e 50% em 2025.
A comissão encarregada de redigir as diretrizes internas do partido concordou com as novas cotas em uma reunião realizada durante a madrugada, afirmaram fontes do partido.
A proposta ainda deve ser levada à aprovação dos membros do partido durante a convenção da CDU em dezembro.
Fontes familiarizadas com as negociações disseram à agência de notícias AFP que exceções às cotas obrigatórias podem ser feitas "se não houver mulheres suficientes concorrendo ao cargo".
Os presidentes de distrito deverão informar o partido sobre o desenvolvimento da proporção de mulheres e as medidas para promovê-las.
A comissão não chegou a uma decisão exigindo as cotas para candidaturas nas eleições estaduais, europeias e federais. 
No entanto, fontes disseram que há a possibilidade de um compromisso prevendo uma meta de pelo menos três vagas para mulheres entre as dez primeiras posições nas listas de candidatos no sistema de representação proporcional da Alemanha a partir de 2021. O número aumentaria para quatro em 2023 e cinco em 2025.
A nova regra foi acertada após duras negociações. O projeto original sugeria metas de maior alcance, que incluíam uma cota obrigatória de 50% a partir de 2023 para os escritórios do partido e para as listas de candidatos. Mas setores do partido opuseram-se fortemente à proposta. 
O anúncio da CDU ocorre no mesmo dia em que o Ministério da Família da Alemanha apresentou a primeira estratégia nacional do país para a igualdade de gênero. A estratégia estabelece nove objetivos para alcançar a igualdade entre homens e mulheres na Alemanha, com o objetivo de influenciar a legislação.
A CDU ocupou uma pluralidade de cadeiras no Bundestag alemão por décadas e até agora relutava em impor regras de igualdade de gênero, ao contrário de outros partidos, mais à sua esquerda. As novas regras, caso aprovadas, provavelmente terão amplos efeitos na paridade de gênero na política alemã.

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