CDU pretende introduzir regime de cotas para aumentar participação feminina em cargos de liderança. Proposta prevê mulheres ocupando de 30% dos postos a partir do ano que vem, com aumento paulatino.
08.07.2020
Merkel ocupou a liderança da CDU por quase 18 anos, mas o partido hesitava em introduzir cotas para mulheres
A liderança do União Democrata-Cristã (CDU), o partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, aprovou nesta quarta-feira (08/07) um projeto que visa introduzir cotas vinculativas para representação feminina nos principais cargos da legenda conservadora.
A partir do próximo ano, pelo menos 30% dos cargos de liderança partidária, a partir das estruturas distritais, deverão ser preenchidos por mulheres. A cota deve ser aumentada gradualmente para 40% em 2023 e 50% em 2025.
A partir do próximo ano, pelo menos 30% dos cargos de liderança partidária, a partir das estruturas distritais, deverão ser preenchidos por mulheres. A cota deve ser aumentada gradualmente para 40% em 2023 e 50% em 2025.
A comissão encarregada de redigir as diretrizes internas do partido concordou com as novas cotas em uma reunião realizada durante a madrugada, afirmaram fontes do partido.
A proposta ainda deve ser levada à aprovação dos membros do partido durante a convenção da CDU em dezembro.
Fontes familiarizadas com as negociações disseram à agência de notícias AFP que exceções às cotas obrigatórias podem ser feitas "se não houver mulheres suficientes concorrendo ao cargo".
Os presidentes de distrito deverão informar o partido sobre o desenvolvimento da proporção de mulheres e as medidas para promovê-las.
A comissão não chegou a uma decisão exigindo as cotas para candidaturas nas eleições estaduais, europeias e federais.
No entanto, fontes disseram que há a possibilidade de um compromisso prevendo uma meta de pelo menos três vagas para mulheres entre as dez primeiras posições nas listas de candidatos no sistema de representação proporcional da Alemanha a partir de 2021. O número aumentaria para quatro em 2023 e cinco em 2025.
A nova regra foi acertada após duras negociações. O projeto original sugeria metas de maior alcance, que incluíam uma cota obrigatória de 50% a partir de 2023 para os escritórios do partido e para as listas de candidatos. Mas setores do partido opuseram-se fortemente à proposta.
O anúncio da CDU ocorre no mesmo dia em que o Ministério da Família da Alemanha apresentou a primeira estratégia nacional do país para a igualdade de gênero. A estratégia estabelece nove objetivos para alcançar a igualdade entre homens e mulheres na Alemanha, com o objetivo de influenciar a legislação.
A CDU ocupou uma pluralidade de cadeiras no Bundestag alemão por décadas e até agora relutava em impor regras de igualdade de gênero, ao contrário de outros partidos, mais à sua esquerda. As novas regras, caso aprovadas, provavelmente terão amplos efeitos na paridade de gênero na política alemã.
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