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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O sol é para todas

Por Olga

Os depoimentos a seguir mostram que, apesar dessas mulheres estarem em lados diferentes do espectro do peso, suas vivências são parecidas. E as dores também. A partir daí, percebemos que o problema não é o formato do nosso corpo e sim os julgamentos e a necessidade de nos enquadrarmos em uma perfeição inexistente.

Kátia Kohane, estudante de história na USP, é autora do blog Diário De Uma Magra. 

A ditadura da beleza não poupa nenhuma mulher, e comigo não foi diferente. Sofri pressão por não usar maquiagem, não alisar o cabelo, ter seios pequenos, por não me depilar, por causa da acne e um sem-número de outros. Porém, passei por uma situação menos frequente e pouco discutida: uma avalanche de críticas por ser magra “demais”.

Minha família é toda bastante magra, tanto por parte de pai quanto por parte de mãe. Apesar disso, meus pais me levaram, desde a minha infância, para diversas especialidades médicas em busca do motivo de eu ser tão magra. Lembro de estar na ala pediátrica do hospital, onde me entretinha com vários ursinhos pintados nas paredes, cada qual com seus pares de balões de festa, aguardando o diagnóstico que iria me salvar. Eu tinha que ter vermes, baixa absorção de nutrientes, hipertireoidismo, alguma coisa que justificasse o meu sub-peso.

Era só descobrir o que era, que eu estaria justificada e legitimada, e só bastaria tomar alguns remédios, que o escárnio das pessoas passaria. Mas os diagnósticos de todos os muitos exames que eu fiz ao longo da minha infância e início da adolescência foram unânimes: a minha saúde era perfeita.

Na escola, não faltaram apelidos, gozações e críticas. Gente supostamente muito, mas muito bem-intencionada, preocupada exclusivamente com a minha saúde, vinha me fazer as perguntas e os comentários mais invasivos. Usava calças extras por baixo do uniforme e, sobretudo, comia. Comia muito, toda a junk food que podia encontrar.

Fui bastante acusada de ter anorexia. Isso mostra a falta de empatia que a sociedade tem por mulheres e meninas anoréxicas: quando suspeitavam que eu tinha anorexia, eu precisava me defender da acusação de que estava doente. Eu tinha que mostrar que era assim mesmo, que era natural, que estava tudo bem! Se fosse preocupação com a minha saúde, por que não me ofereceram psicólogo, psiquiatra, ajuda para conversar com os meus pais a respeito? Ter anorexia é estar errada e merecer ser punida, criticada, debochada. Não surpreende que tantas jovens morram sem jamais procurar ajuda.

Nunca tive a doença, mas com tantas acusações resolvi pesquisar sobre o assunto. Descobri tudo o que podia e achei que comer em público e com freqüência afastaria a suspeita, mas estava enganada. As pessoas, como antes era o meu caso, não sabiam o que a anorexia é. Dar demonstrações, que para quem entende do assunto são claras, de que eu não era doente não adiantava, porque essas demonstrações que para qualquer pessoa minimamente bem informada provariam que eu não era anoréxica, para o senso comum simplesmente não eram compreendidas.

O lado bom é que com tudo isso me aproximei de garotas anoréxicas e bulímicas, senti uma profunda solidariedade e, com isso, consegui ser útil a algumas delas. Luto para que o movimento feminista as inclua em suas reivindicações, como já faz com as mulheres que se recusam a tentar emagrecer.

Um caso que me marcou foi já no Ensino Médio, quando eu ouvia comentários diários de um rapaz a respeito dos meus braços serem finos. Comecei a usar a jaqueta do uniforme da escola todos os dias, inclusive no calor, e tive que ouvir dele que eu estava sendo “ridícula”, que eu não deveria ligar com o que “os outros” pensam. Quem seriam esses outros – ele e mais quem? Porque eu é que tinha a obrigação de não me importar – não era ele quem tinha a obrigação de não fazer comentários negativos sobre o meu corpo, dar risada, expor isso para as nossas amigas em comum.

Já ouvi que estava no curso certo, o de história, porque “quem gosta de osso é arqueólogo”, que eu sou uma “árvore seca” e que nunca vou poder ter filhos, que não preciso de guarda-chuva porque posso desviar dos pingos, que não sirvo nem para limpar os dentes já que daria um palito muito fino, para não falar em várias coisas repetitivas, como “tem garota de 12 anos que é mais mulher que você”, “mulher é que nem churrasco, pra ser gostosa tem que ter uma gordurinha”, “parece aquelas modelos famintas”, “parece aquelas crianças que passam fome na África”, etc.

Antes que vocês perguntem, eu tenho 1,63m e peso 42kg.

Resisti ao bullying escolar até depois de formada, mas, no cursinho, desmoronei. “Não preciso agradar ninguém, quem quiser me amar vai gostar de mim independente da minha aparência” já não fazia mais sentido diante da pressão do mercado de trabalho para que eu fosse maquiada, alisada, esbranquiçada, plastificada para as entrevistas de emprego, se quisesse passar em alguma delas. E eu queria, eu precisava. Minha família não tinha dinheiro uma universidade particular, e passar numa pública era a minha única chance de ter um futuro melhor.

Foi então que comecei uma saga por modificar cada milímetro do meu corpo – eu já não queria mais ser a coitadinha que não tem onde pegar, que ninguém vai querer, que é um favor beijar, que é osso para dar aos cachorros roerem. Não importa quantos médicos dissessem que a minha saúde era perfeita, ninguém iria acreditar se eu dissesse, não é? Então vamos mudar isso. Recebi todos os diagnósticos de olho que se possa sonhar – anoréxica, bulímica, aidética, portadora de hipertireoidismo, de vermes, mas sobretudo de ruindade. Sou magra de ruim, e meu corpo era um reflexo do meu caráter errado.

Então resolvi ter um aspecto saudável: me entupi de açúcar e gordura, comecei a fumar maconha, comprei abridores de apetite em farmácias de esquina sem receita. Todos começaram a me elogiar, dizer como eu havia mudado, exceto pela minha mãe, que cada dia mais alarmada, certa vez descobriu os remédios que eu escondia no guarda-roupas.

Foi então que meus pais começaram uma maratona, me levando à casa de vários tios e tias, cada um com suas próprias histórias para contar sobre o quanto se arrependiam de ter começado a tomar abridores de apetite, anabolizantes, corticóides de um sem-número de outros para ganhar peso. Eles sabiam que só me contar as suas próprias histórias não bastaria. Com tantos parentes que passaram pelo mesmo me falando das consequências que tiveram de longo prazo, me convenceram a parar. Meu peso caiu quase que para o de sempre, sem que eu tivesse feito o menor esforço para emagrecer. Não havia jeito, era uma tendência genética mesmo.

Hoje faço algumas pequenas coisas por auto-aceitação corporal. Por exemplo, um piercing no umbigo, por conta da minha barriga ser bem chapada (mas nunca negativa!). Estou aprendendo a fazer pulseiras, já que eu nunca encontro finas o bastante para os meus braços – fazer artesanato é terapêutico e eu posso até ganhar um pouco de dinheiro extra com isso. Não evito mais fazer atividade física, e hoje tenho um grande prazer em dançar e pretendo fazer capoeira quando puder.

“Mas não é isso que eu vejo – os homens gostam das magras, só há roupas para elas, não há desfiles com mulheres gordas e assim por diante”. Então você precisa começar a olhar para além dos seus horizontes. Não é em todo o mundo, nem em todos os âmbitos sociais que a sua visão está correta. A ditadura da magreza não é eterna, não é universal e não existe à parte do recorte de classe social.

Ela começou após a revolução industrial, é muito mais forte nos países protestantes do que nos católicos e pesa muito mais sobre as mulheres das classes alta e média-alta do que nas mulheres pobres. Na periferia, magreza é sinônimo de fome, não de academias. De gente que passa necessidade, não vontade. De gente que não come por miséria, não por vaidade. Mulher magérrima e branca é vista como linda, magérrima e negra é vista como faminta e miserável. O padrão de beleza não é o mesmo em todos os setores da sociedade.

Não se esqueça, também, que as mulheres com anorexia e/ou bulimia estão morrendo para serem magras, “princesas, borboletas, plumas, bolhas de sabão”. Morrendo porque acreditam que não podem ser amadas se não forem magérrimas. Chamar elas de feias não é fazer nada que a sociedade não já faça. Xingá-las de “ósseas, esqueléticas, dead girls are skinny, tripas” não acrescenta nada na vida delas, não lhes dá saúde e não diminui os lucros das indústrias de dietas, academias, roupas.

Todo corpo feminino está errado para a sociedade. Que o movimento feminista seja, ao contrário, um espaço em que todo corpo feminino seja respeitado – com ossos mais ou menos aparentes, somos todas mulheres igualmente dignas de respeito.

***

Mariana Zambon, formada em Letras pela USP, é tradutora, adepta da filosofia de saúde em qualquer tamanho e praticante do amor próprio e defensora da beleza sem padrões.

Gostaria de deixar bem claro que esse não é um texto sobre saúde ou uma inspiração para alguém que deseja emagrecer, ou uma história de superação, tampouco se trata de um mimimi sobre como seria legal se os padrões de beleza ou de saúde fossem invertidos. É apenas uma série de reflexões sobre o que é, para mim, ser uma mulher gorda.

Gordinha, fofinha, cheinha, plus size… Nenhum desses termos me representa. Eu sou Gorda. Assim mesmo, com G maiúsculo e com todas essas cinco letras pesadas (!). Algumas mulheres se ofendem com esse adjetivo, mas se você parar para pensar, significa apenas uma característica física e não deveria ser um termo tão detestado. Eu não me importo que me chamem de gorda. Mas, nem sempre foi assim tão simples não sofrer com o estigma desse termo.

Após 31 anos convivendo e aprendendo a lidar com o sobrepeso, concluí, a duras penas, que essa palavra pesa muito mais do que os quilos que compõem a minha estrutura física e que o estigma social é mais prejudicial à saúde do que os “perigos da obesidade”.

O que significa ser gorda?

Ser gorda é ruim, ser gorda é ser feia, ser gorda é feio. Por que isso é algo que aterroriza e assombra tanto a grande maioria das mulheres? Eu poderia discorrer a respeito da indústria da beleza, ou dos inatingíveis padrões estéticos que são impostos sobre as mulheres, ou mesmo sobre como isso é apenas mais uma das formas usadas pela sociedade para nos manter sob controle e sempre preocupadas em agradar aos homens, mas não. Quero falar sobre como é ser gorda, sob o meu ponto de vista.

A mulher que engorda é vista como desleixada, como alguém que não cuida da saúde, nem da aparência, até mesmo como perdedora e coitadinha. Ser gorda, na nossa cultura, é estar à margem do que é considerado aceitável e desejável. De modo geral, as pessoas me olham e pensam que bastaria eu fazer uma dieta e um plano de exercícios para ter o corpo ideal. É engraçado como todo mundo se transforma em especialista em nutrição e endocrinologia ao olhar para uma gorda. Ninguém sequer supõe que você já tenha tentado seguir esse modelo e que ele não trouxe muitos resultados, porque a limitada visão de quem nos julga assume que é impossível ser gorda e ser saudável e que se você continua gorda depois de adotar uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas, bem, você com certeza está fazendo algo errado ou não é dedicada o suficiente. O que me leva ao próximo tópico:

A Gorda boa versus a Gorda má

A Gorda boazinha é aquela que vive fazendo dietas, que está sempre insatisfeita com o corpo e buscando a redenção através da perda de peso, é aquela que não ousa comer nada que engorde na frente dos outros, não repete os pratos, abaixa a cabeça quando lhe criticam, que sempre se veste de forma a disfarçar o seu tamanho. É a gorda aceitável – sem celulites exageradas, sem estrias aparentes, sexy, curvilínea e voluptuosa. A gorda boazinha é aquela que sempre busca emagrecer e, por isso, tem direito de ser gorda, ou a que é gorda por algum problema de saúde que não foge ao seu controle – hipotireoidismo, por exemplo.

A Gorda má é aquela que não faz nada disso, que sorri ao usar um short curto e mostrar a celulite para o mundo, é aquela que é feliz, se ama, aceita seu próprio corpo e não se preocupa em agradar a ninguém além dela mesma. A gorda má não tem o corpo em formato de violão, não se desculpa por não fazer dietas, repete os pratos, gosta de comer e não esconde isso, não vive em função da aparência e faz suas escolhas de saúde sem levar em conta o que dizem ser certo ou errado. É uma mulher que se libertou da opressão, e que as pessoas não conseguem compreender porque pensam: como é possível alguém ser feliz e encontrar satisfação sem estar buscando o corpo ideal?

Depois de muitos anos sendo a gorda boazinha, eu decidi que estava na hora de virar a mesa e parar de me culpar por existir. Eu sou a gorda má, corram para as colinas! Aqui um exemplo de como as gordas más chocam a sociedade.

A eterna vontade de desaparecer

Eu lutei com a balança a maior parte da minha vida. Fiz todas as dietas que me apresentavam, tomei remédios malucos, fiz reeducação alimentar – que sigo até hoje – pratiquei incontáveis modalidades esportivas e continuo praticando exercícios com frequência. Mas cheguei a um ponto em que a aceitação é o único caminho a ser seguido. Vou falar sobre isso mais adiante.

Na época do colégio, eu desmaiava pelo menos uma vez por semana, por passar fome, para tentar emagrecer. Minha mãe ficou horrorizada com aquilo e me deu uma bronca. Ela me disse que nada justificava eu prejudicar a minha saúde daquele jeito – o que me deixou ainda mais confusa, pois, na minha cabeça de menina de treze anos, eu só poderia ser saudável se fosse magra, como os médicos me disseram. Daí, decidi que eu iria voltar a me alimentar direito, para não desmaiar mais, porém comecei a entender que a comida me fazia voltar àquele tamanho que significava doença, não importava o quanto eu me exercitasse. Eu não conseguia compreender o porquê meu corpo me tratava tão mal e me fazia passar tanta vergonha. Eu me odiava todos os dias, desejava sair de dentro de mim, nascer de novo.

Eu cresci com a noção de que gordas só servem para serem amigas, ou então para uma noite divertida, mas só se ninguém ficar sabendo. É claro que, quando eu me tornei adulta, descobri que tudo isso era mentira, mas o estrago já estava feito e as inseguranças se instalaram dentro de mim, e luto com elas até hoje. Às vezes tenho a impressão de que terei que batalhar contra tudo isso para o resto da vida. Passei longos anos presa à ideia de que existe uma pessoa magra dentro de mim, e que eu preciso libertá-la, e, então, vou poder viver minha vida ao máximo. Mas isso eu também descobri ser uma das grandes mentiras que nos contam quando somos jovens.

Mulher e gorda, duplamente oprimida

Ser uma mulher gorda é algo que realmente exige muito da gente, emocionalmente falando. Aos catorze anos, me apaixonei platonicamente por um garoto lindo que jogou um balde de água fria na minha cabeça com a seguinte frase: “Sabe, você tem o rosto muito bonito. Se emagrecesse, com certeza eu ficaria com você”. Então, adivinhem o que fiz? Exato! Voltei a desmaiar algumas vezes por mês.

Seria muito maçante continuar contando todas as histórias tristes, sobre as vezes que ouvi de “amigas” que eu não deveria dizer não pra um cara que queria ficar comigo só porque eu era gorda e tinha que aproveitar todas as chances; sobre todas as vezes em que fiquei meio presa na catraca de um ônibus; sobre as vezes que tentei comprar alguma roupa e nada me serviu; sobre todos os dias que deixei de ir à praia por medo de ser humilhada; as incontáveis vezes em que fui abordada na rua com panfletos de clínicas de emagrecimento e produtos como Herbalife; dos dias em que saí para comer e vi pessoas me encarando enquanto eu tentava desfrutar de um sorvete ou alguma comida calórica… A lista é grande!

Gordofobia e a desculpa da saúde

Não importa o quanto você malhe na academia, se a sua alimentação é saudável, ou se você se ama e se cuida, o fato de você ousar ocupar mais espaço no mundo do que a sociedade permite e aceita é motivo para ser odiada. Sendo uma gorda boa ou má, sempre terá alguém pegando no seu pé e dizendo o quanto você precisa perder peso, transformando a sua vida num diagnóstico de doenças terríveis que irão te consumir caso sua cintura não meça menos do que 90 cm.

A gordura é demonizada, a obesidade é muito mais encarada como sinônimo de falta de saúde do que a magreza. Claro que o fato de eu ser gorda tem a ver com esse ponto de vista, mas vamos combinar que há muito mais gente preocupada com a ‘saúde’ das mulheres gordas do que em engordar as magras. E isso tem afetado cada vez mais meninas mais jovens, que aderem a todo tipo de projetos verão e se matam (literalmente) para tentar alcançar os objetivos de saúde. Cada vez mais pessoas, em especial as mulheres, entram em depressão por se sentirem inadequadas e culpadas por não conseguirem emagrecer.

Ao contrário do que se pensa, ridicularizar a gordura e torna-la a principal vilã da saúde não fará com que os gordos deixem de ser gordos, isso é algo que só aumenta o estigma e complica ainda mais a vida de quem já passa por tanto constrangimento.

Ser gorda é ruim, mas eu gosto

O que eu quero que você saiba é que eu não me importo em ser gorda. Eu gosto das minhas dobras, do meu rosto redondinho, da maneira como meu corpo preenche um vestido ou uma calça, do meu umbigo grande e da minha barriga positiva. Mas nem sempre foi assim e, ainda que eu me goste muito e procure me cercar de aceitação e positividade, existe dentro de mim o fantasma da inadequação. E esse eu acredito que não seja um companheiro apenas das gordas, mas de todas as mulheres.

Lembra que eu disse que voltaria a falar sobre aceitação? Hoje, a comunidade do “fat acceptance” (algo como aceitação da gordura, em português) tem crescido muito e isso tem me ajudado a me empoderar e aceitar como mulher e gorda. Blogs como The Militant Baker, GabiFresh, Entre Topetes e Vinis, o trabalho da Negahamburguer, todas essas lindas me ajudam a seguir nessa batalha diária contra os pensamentos aos quais fui exposta a vida toda. Elas me mostram que é possível sobreviver a tudo isso.

Todos os seres humanos têm direito à felicidade. Ter uma vida digna, feliz, completa e satisfatória não deve depender do formato do seu corpo. Aceitar quem você é não é se conformar com o que vê no espelho e achar que “tudo bem” ser daquele jeito ou achar que alguém vai te amar “apesar de”. Se alguém te ama, não tem essa de “apesar de”, e sim “por causa de”. Aliás, isso também vale para o amor próprio. Então, aceitar a mim mesma significa que seja lá qual o corpo que eu tenha, a condição em que me encontre, eu estarei de bem comigo mesma. É isso o que me mantém viva e disposta a lutar para acabar com os preconceitos que existem por aí com relação a ser uma mulher gorda.

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