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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Violência faz aumentar migração infantil rumo aos Estados Unidos


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Mateus Ramos
Adital 23.06.2014

Enquanto grande parte do Planeta volta seus olhos para a Copa do Mundo de Futebol 2014, no Brasil, crianças e adolescentes hondurenhos tentam fugir de seu país em direção aos Estados Unidos, para escapar das condições precárias de vida. Muitos são os motivos para tal migração, porém, segundo a Organização Fraternal Negra Hondurenha (Ofraneh), a violência contra essas pessoas é a principal razão para a fuga rumo a outros países, e em especial aos EUA. "A guerra, a perseguição por criminosos, a insegurança e os conflitos em geral, são as principais causas da existência de refugiados no mundo e, em Honduras, essas situações estão conseguindo expulsar, de forma alarmante, a população mais jovem”, informa a OFNH em um comunicado.

De acordo com as autoridades estadunidenses, foram detidas, nos últimos oito meses, mais de 47 mil meninos e meninas na fronteira sudoeste do país. Alison Sutton, chefe de Proteção à Infância do escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no México, manifestou publicamente que, após entrevistas realizadas pelas Nações Unidas com essas crianças, foi constatado que a maior parte delas estava fugindo das situações de grave violência em seus países de origem. "Em geral, são pessoas entre 12 e 17 anos, mas é possível ver até crianças que não podem sequer caminhar ainda e já estão tentando chegar aos Estados Unidos”, afirmou Sutton.

Em seu comunicado, a Ofraneh afirma que o governo hondurenho é incapaz de atender à infância de seu país e assegurar sua proteção. "Os governos não estão sendo protetores, mas sim expulsando, e seguem sendo os únicos responsáveis pelas cifras alarmantes de crianças que diariamente estão saindo do país em busca de melhores condições de vida”.
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De fato, os números são preocupantes. Até o momento, este ano, cerca de 13 mil crianças hondurenhas foram capturadas pelas autoridades dos EUA tentando atravessar a fronteira entre o país e o México. O número é muito superior aos 968 detidos em 2009 e já é mais que o dobro do registrado em 2013.

De acordo com a Casa Alianza, organização não governamental que cuida de pessoas refugiadas, somente no último mês de maio, em Honduras, foram assassinadas 287 pessoas, das quais, 104 eram jovens abaixo de 23 anos. Além disso, segundo a Ofraneh, de 2010 a 2013, mais de 27 mil pessoas foram mortas em Honduras, das quais, cerca de 450 eram menores de 14 anos.]

"O governo põe a culpa dos números somente no narcotráfico, porém, se esquecem de que essa catástrofe também é causada pelo conluio entre políticos, empresários, forças de segurança do Estado e organizações criminais ligadas ao tráfico de entorpecentes. O governo viu a situação piorar durante os anos e não fez nada para mudar o quadro, muito menos para evitá-lo.”, afirma a Ofraneh em seu informe.

Segundo a Casa Alianza, as estatísticas sobre a criminalidade apontam Honduras como sendo mais violenta que muitos países em conflitos bélicos. O chefe do Comando Sul dos EUA, general John Kelly, em uma coletiva de imprensa, categorizou que "Honduras está mais perigosa que o Afeganistão”.

De fato, tanto as autoridades dos EUA e as hondurenhas culpam o narcotráfico por serem a raiz do problema, mas esquecem das longas décadas em que a rota de migração centro-americana ultrapassou a do Caribe, sem que nenhuma atitude tenha sido tomada por nenhum dos dois governos.

Denúncia
As várias publicações referentes aos assassinatos e a migração de jovens causaram um enorme mal estar no Governo de Honduras. Tais publicações serviram para colocar grande parte da sociedade contra o governo, expondo suas insatisfações com a situação.

De acordo com o informe da Ofraneh, os diversos comunicados sobre os assuntos por parte da Casa Alianza causou a ira da administração governamental, até ao ponto em que o diretor da ONG, José Guadalupe Ruelas, foi covardemente espancado por elementos da polícia militar, responsáveis por proteger o palácio presidencial. A ação foi justificada alegando que Ruelas tentou subornar os policiais após ser pego embriagado conduzindo um automóvel.

Adital

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