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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pesquisadores sobre aids pedem descriminalização da prostituição

Especialistas acreditam que a epidemia de aids possa ser detida até 2030. O temor é que ela resista em meio a grupos marginalizados. A solução passa pela inclusão dessas pessoas

REDAÇÃO ÉPOCA
22/07/2014
Garotas de programa esperam por clientes em um bordel na Indonésia. Lá, como em outros 115 países, a prostituição é ilegal. É preciso que isso mude (Foto: Ulet Ifansasti/Getty Images)
Garotas de programa esperam por clientes em um bordel na Indonésia. 
Lá, como em outros 115 países, a prostituição é ilegal. É preciso que isso mude 
(Foto: Ulet Ifansasti/Getty Images)
Para deter o avanço da aids, é urgente descriminalizar a prostiuição em todo o mundo. É esse o apelo feito por um grupo de pesquisadores presentes à 20ª Conferência Mundial de aids em Melbourne, na Austrália. Em uma série de sete artigos publicados na revista Lancet, os pesquisadores defendem que descriminalizar a prostituição e distribuir preservativos aos profissionais do sexo trariam benefícios para toda a população: ajudar a reduzir a transmissão do HIV em 46% em meio a esse grupo em países como Índia e Kenya, além de ajudar a controlar a pandemia de aids de maneira geral. 

Os pesquisadores presentes ao encontro acreditam que, dados os avanços observados hoje, a disseminação da aids possa ser detida até  2030.  O perigo é que o vírus continue a se espalhar em meio a populações marginalizadas. Segundo os editores da Lancet, a única alternativa nesse caso é combater os estigmas que pesam sobre as pessoas que se prostituem, e evitar que elas sejam  tratadas como criminosas.

Atualmente, a prostituição é ilegal em 116 países. No Brasil, não é crime. A atividade é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Mesmo assim, não é profissão regulamentada, o que priva os profissionais de benefícios acessíveis a outros trabalhadores.

Os profissionais do sexo – sejam mulheres, homens ou transgêneros -  compõem um grupo especialmente vulnerável ao HIV. Em alguns países da África Subsaariana, cerca de 50% deles está contaminada pelo vírus. Por exercer uma atividade descriminada e muitas vezes criminalizada, encontram dificuldades para ter acesso a formas de prevenção. Em muitos lugares, essas pessoas evitam carregar preservativos, considerados evidências de trabalho sexual ilegal ou promiscuidade. “Por que devemos condenar a troca de dinheiro por sexo, especialmente se as condições adversas que criamos ao fazê-lo prejudica homens e mulheres muitas vezes de maneira fatal?”, disse o editor-chefe da Lancet, Richard Horton.

Os artigos publicados na revista também se encarregam de combater mitos difundidos em algumas sociedades, como o de que esses profissionais resistem ao uso de preservativos. Pelo contrário: esse é o grupo no qual as campanhas pela promoção do uso de camisinhas tem melhores resultados. Na África do Sul, a promoção do uso de preservativos por meio de campanhas diminuiu a incidência de aids em 70% entre esses profissionais.

O grupo presente ao Congresso é o mesmo que, na semana passada, perdeu seis colegas quando o voo da Malaysia Airlines foi abatido ao sobrevoar a Ucrânia. Os seis cientistas e as demais 292 pessoas a bordo do avião morreram. Entre eles estava Joep Lange, ex-presidente da Sociedade Internacional de aids (de 2002 a 2004), reconhecido por seus esforços para levar os remédios contra aids aos países e localidades mais pobres.

Época

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