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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Polícia mexicana resgata 458 crianças vítimas de abuso em abrigo

As crianças dormiam no chão, eram obrigadas a mendigar e, em alguns casos, eram vítimas de abuso sexual. De acordo com a imprensa local, o abrigo continuava a funcionar protegido pelas boas conexões políticas de sua diretora

REDAÇÃO ÉPOCA
16/07/2014
"Mamãe Rosa", a diretora do abrigo. De acordo com a imprensa local, o lugar funcionava graças às suas conexões políticas (Foto: Reprodução/ Facebook)
A polícia mexicana resgatou 458 crianças de uma instituição de cuidados para menores da cidade de Zamora, estado de Michoacan. De acordo com as autoridades, as crianças eram vítimas de maus-tratos. Algumas sofriam abuso sexual e eram forçadas a mendigar nas ruas.O abrigo La Gran Familia (A Grande Família) estava infestado por ratos e mosquitos. Dirigido por Rosa Verduzco, que agora presta explicações para a polícia, abrigava 278 meninos, 174 meninas, seis crianças com menos de três anos e 138 adultos entre 18 e 40 anos. De acordo com as autoridades mexicanas, as crianças tinham de dormir no chão e comer alimentos infectados.

Crianças nascidas no abrigo eram registradas como filhas de Verduzco e afastadas de seus pais biológicos.  As investigações começaram quando esses pais recorreram a autoridades para ter suas crianças de volta. Alguns chegaram a oferecer dinheiro a Verduzco para recuperar os filhos. Um dos casos, segundo a BBC, é o de uma mulher de 31 anos criada no Gran Família, onde deu à luz duas crianças. Quando quis deixar a instituição, a mulher foi forçada por Verduzco a deixar os filhos para trás. Em Zamora, segundo o Facebook da Instituição, Verduzco era conhecida como La Jefa (a chefa) e como "Mamãe Rosa".

O abrigo La Gran Familia foi criado em 1947 com o objetivo de cuidar de crianças abandonadas ou nascidas em famílias disfuncionais. É mantido por doações de instituições de caridade, por doações de empresas e por verbas do governo.  “Estou extremamente desapontado porque não esperávamos encontrar as condições que encontramos ali”, disse Salvador Jara, governador de Michoacan.

De acordo com Jara, as primeiras queixas partiram de dois pais cujos cinco filhos eram mantidos na instituição contra a sua vontade. A denúncia foi feita às autoridades há um ano. Jara não soube explicar porque demorou tanto até algo ser feito. A imprensa local, no entanto, reporta casos de maus-tratos no abrigo desde 2010. Naquele ano,uma mãe disse ao jornal El Universal que Verduzco mantinha seu filho prisioneiro desde que ela o levara ao La Gran Familia, sob recomendação de uma assistente social, para receber tratamento para hiperatividade. A mãe, Martha Ines Lopez Ramirez, afirmou que só era autorizada a ver seu filho uma vez a cada quatro meses. Segundo ela, nesses encontros, o filho parecia ter sido drogado e mostrava marcas de espancamento.

Um especialista em bem-estar infantil consultado pelo jornal afirmou que alegações de maus tratos no lugar são antigas – começaram a ser feitas décadas atrás. A instituição continuava a funcionar por que, segundo a especialista, Verduzco tinha boas conexões políticas.

Época

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