25/11/2014
O XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais recebeu trabalhos com dados consistentes e preocupantes para a sociedade brasileira de forma geral. Coordenada por Mário Monteiro (UERJ) a mesa redonda “A violência no Brasil: Perspectiva ética, política e de gênero” abordou questões como: violência contra a mulher, vulnerabilidade à violência e a proporção de homicídios masculinos no país.
Mário Monteiro (UERJ) introduziu ressaltando as diferentes formas de violência à mulher e possíveis motivos que levam essas mulheres a continuarem com seus cônjuges mesmo nessas condições. A luta das mulheres pelos seus direitos é recente, data basicamente da década de 70. No Brasil têm-se algumas leis que são objetivas e tem contribuído para a redução da violência contra a mulher como a Lei Maria da Penha e a Lei federal 10.778/2003 que estabelece notificação compulsória, no território nacional, dos casos de violência contra a mulher.
Apesar disso, as promessas de uma realidade melhor ainda não se materializaram para as mulheres, adolescentes e crianças do sexo feminino. A distribuição dos óbitos em consequência de agressões as mulheres concentra-se no período de maior fecundidade da mulher, que é dos 20 aos 29 anos, mas começa a ser significativa já no grupo mais jovem de 15 aos 19 anos, sugerindo uma conexão com a violência sexual.
De 2002 a 2006 foram registrados 8.665 óbitos de mulheres de 15 a 29 anos em consequência de agressões, com uma taxa média de 6,8 óbitos por agressão por 100.000 mulheres de 15 a 29 anos. Os estudos de Monteiro ainda mostraram as microrregiões com maiores taxas de óbitos por 100.00 mulheres de 15 a 29 anos. Nas primeiras posições ficaram as microrregiões: Caracaraí, Recife, Penedo, Belo Horizonte, São Mateus, Linhares, Vitória, Macaé, Bacia de S. João. Segundo o autor o que mais impressiona no mapa dos estudos é que as taxas de mortalidade por agressão por 100.000 mulheres, por microrregião, tem uma distribuição bastante diferencial no território nacional.
Um outro fator observado foi a questão da gravidez resultante de estupro. Uma gravidez indesejada pode também levar a um aborto inseguro, realizado em clínicas clandestinas, visto que o aborto é proibido, ou por meio de chás, substâncias causticas e que resultam em mortes, perfuração do útero e esterilidade.
Fátima Cecchetto (Fiocruz) deu suas contribuições dentro da temática de violência por meio de seus estudos das taxas de homicídio de homens no Brasil. Conforme os resultados a proporção de homicídio levando em consideração o sexo no Brasil, no ano de 2010 são de feminino 9% e masculino 91%.
A autora falou também da diferenciação de galeras e quadrilhas onde os homens estão inseridos no Rio de Janeiro. A diferença está nos códigos de comunicação, disposição para matar, disposição para morrer, armamento, conquista de poder. A população masculina morre mais no Brasil e morre para mostrar que são “homens de verdade”, querem ser mais “fortes”, mostrar “poder”. Para finalizar, Fátima afirma que as conquistas sexuais são importantes e entram no lugar da qualidade da relação, levando os homens a buscar grande quantidade de parceiras, independente de qualquer outro tipo de satisfação a não ser a sexual.
CCR
O XIX Encontro Nacional de Estudos Populacionais recebeu trabalhos com dados consistentes e preocupantes para a sociedade brasileira de forma geral. Coordenada por Mário Monteiro (UERJ) a mesa redonda “A violência no Brasil: Perspectiva ética, política e de gênero” abordou questões como: violência contra a mulher, vulnerabilidade à violência e a proporção de homicídios masculinos no país.
Mário Monteiro (UERJ) introduziu ressaltando as diferentes formas de violência à mulher e possíveis motivos que levam essas mulheres a continuarem com seus cônjuges mesmo nessas condições. A luta das mulheres pelos seus direitos é recente, data basicamente da década de 70. No Brasil têm-se algumas leis que são objetivas e tem contribuído para a redução da violência contra a mulher como a Lei Maria da Penha e a Lei federal 10.778/2003 que estabelece notificação compulsória, no território nacional, dos casos de violência contra a mulher.
Apesar disso, as promessas de uma realidade melhor ainda não se materializaram para as mulheres, adolescentes e crianças do sexo feminino. A distribuição dos óbitos em consequência de agressões as mulheres concentra-se no período de maior fecundidade da mulher, que é dos 20 aos 29 anos, mas começa a ser significativa já no grupo mais jovem de 15 aos 19 anos, sugerindo uma conexão com a violência sexual.
De 2002 a 2006 foram registrados 8.665 óbitos de mulheres de 15 a 29 anos em consequência de agressões, com uma taxa média de 6,8 óbitos por agressão por 100.000 mulheres de 15 a 29 anos. Os estudos de Monteiro ainda mostraram as microrregiões com maiores taxas de óbitos por 100.00 mulheres de 15 a 29 anos. Nas primeiras posições ficaram as microrregiões: Caracaraí, Recife, Penedo, Belo Horizonte, São Mateus, Linhares, Vitória, Macaé, Bacia de S. João. Segundo o autor o que mais impressiona no mapa dos estudos é que as taxas de mortalidade por agressão por 100.000 mulheres, por microrregião, tem uma distribuição bastante diferencial no território nacional.
Um outro fator observado foi a questão da gravidez resultante de estupro. Uma gravidez indesejada pode também levar a um aborto inseguro, realizado em clínicas clandestinas, visto que o aborto é proibido, ou por meio de chás, substâncias causticas e que resultam em mortes, perfuração do útero e esterilidade.
Fátima Cecchetto (Fiocruz) deu suas contribuições dentro da temática de violência por meio de seus estudos das taxas de homicídio de homens no Brasil. Conforme os resultados a proporção de homicídio levando em consideração o sexo no Brasil, no ano de 2010 são de feminino 9% e masculino 91%.
A autora falou também da diferenciação de galeras e quadrilhas onde os homens estão inseridos no Rio de Janeiro. A diferença está nos códigos de comunicação, disposição para matar, disposição para morrer, armamento, conquista de poder. A população masculina morre mais no Brasil e morre para mostrar que são “homens de verdade”, querem ser mais “fortes”, mostrar “poder”. Para finalizar, Fátima afirma que as conquistas sexuais são importantes e entram no lugar da qualidade da relação, levando os homens a buscar grande quantidade de parceiras, independente de qualquer outro tipo de satisfação a não ser a sexual.
CCR
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