Publicado em 27/07/2015
Uma menina Yazidi posando para a câmera. Os yazidis são uma minoria étnica no Iraque que sofreu perseguição no conflito do Iraque. Foto: UNICEF Iraque / Wathiq Khuzaie |
No 10º aniversário da resolução do Conselho de Segurança da ONU que estabeleceu um mecanismo de monitoramento e elaboração de relatórios sobre a utilização de crianças-soldado, diretor executivo do UNICEF pede mais responsabilização e fim da violência contra crianças.
Milhões de crianças em todo o mundo estão presas em guerras dos adultos, disse a chefe do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na última sexta-feira (24), no 10º aniversário da resolução do Conselho de Segurança da ONU que estabeleceu um mecanismo de monitoramento e elaboração de relatórios sobre a utilização de crianças-soldado. Na ocasião, apelou firmemente pela responsabilização e medidas sólidas para acabar com todos os “horrores” que as crianças enfrentam.
O diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake, disse que hoje milhões de crianças são deliberadamente mortas, feridas, estupradas, sequestradas. Suas escolas e casas estão sendo destruídas, sua alimentação, água e cuidados médicos têm sido negados. Dezenas de milhares são forçadas a se unir com forças e grupos armados. “Cada criança em um conflito que é morta ou forçada a matar, ou que testemunhou a brutalidade da guerra, é uma vítima”, disse ele.
“Há dez anos, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução 1612, para proteger melhor as crianças afetadas por conflitos. Hoje, estão sendo feitos grandes esforços para proteger as crianças em países em guerra”, declarou Lake, lembrando que no ano passado mais de 10 mil crianças foram libertadas de forças e grupos armados em todo o mundo, e receberam apoio para voltar para suas comunidades.
No entanto, advertiu, “a violência envolvendo crianças em conflito tomou um rumo sombrio’, destacando os relatório sobre o Iraque, Nigéria e Síria que revelaram que crianças são usadas como adultos e autores de extrema violência. Ele citou casos de crianças forçadas a observar e participar de execuções, incentivadas a acreditar que a violência é normal, expostas a brutalidade sem sentido, em total desrespeito à santidade de sua infância. “Deveríamos estar chocados com este sofrimento e que mais não está sendo feito para pôr fim a esses horrores e responsabilizar aos responsáveis”, concluiu.
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