Ganhadora de prêmio da Unesco, Thaisa Bergmann citou 'Interestelar'.
Ela comentou preconceito contra cientistas mulheres: Velado, não dei bola'.
Apesar do horário intermediário na escalação das palestras do palco principal, a astrofísica brasileira Thaisa Storchi Bergmann atraiu muitos campuseiros no inicio da tarde deste sábado (30), último dia de apresentações da Campus Party 2016. Sua pesquisa com buracos negros supermassivos lhe rendeu um prêmio da Unesco reservado a apenas cinco mulheres cientistas anualmente.
Não havia cadeira vazia em frente ao palco principal do evento de tecnologia e cultura nerd, e muitos se acumulavam em pé nas laterais. Mesmo com explicações que pareciam científicas de mais em certos momentos, Bergmann conseguiu atrair a atenção do público durante toda a apresentação.
Ela ganhou o prêmio ao ser a primeira cientista no mundo a observar o disco de acreção de um buraco negro supermassivo, a região ao redor do fenômeno onde gás se acumula após o consumo de matéria.
Com dimensão de apenas um dia-luz, os discos são extremamente difíceis de serem observados. Ao falar sobre a premiação, Bergmann recebeu os aplausos dos campuseiros, que não cansaram de parabenizá-la.
Infelizmente, ela não falou muito sobre o filme “Interestelar” (2014), de Christopher Nolan. Com tempo limitado, ela se limitou a dizer que a obra tem alguns problemas, mas uma boa representação das singularidades.
A astrofísica também falou sobre as dificuldades que enfrentou como mulher na comunidade científica. “Algum preconceito velado eu sofri, mas sou meio desligada e não dei bola”, contou.
Para ela, um dos maiores desafios foi conseguir levar seu filho ao trabalho. “Diziam que ele choraria durante a manhã, quando os astrofísicos precisam dormir. Mas eu não desisti. Meu conselho é: nunca desistam”.
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