“CodeGirl”, de Lesley Chilcott, acompanha a participação de equipes no desafio global Technovation
por Marina Lopes 12 de novembro de 2015
por Marina Lopes 12 de novembro de 2015
Como a tecnologia ajuda a solucionar problemas sociais de comunidades? O documentário “CodeGirl” traz algumas pistas. Dirigido por Lesley Chilcott, coprodutora de “Uma Verdade Inconveniente”, que venceu o Oscar em 2007, o filme acompanha a trajetória de meninas no desafio global de programação Technovation.
Promovida pela organização norte-americana Iridescent, a competição procura aproximar as estudantes da tecnologia e desmistificar o estereótipo masculino que segue a área. No documentário, aparecem dez grupos de meninas de todo o mundo que desenvolveram um aplicativo para solucionar problemas sociais enfrentados pelas suas comunidades.
A produção contou com apoio da iniciativa Made With Code, do Google, que incentiva a presença de mulheres na programação. Em uma ação que foge do convencional, o filme foi lançado previamente no YouTube, ficando disponível por uma semana, antes de chegar aos cinemas de New York City, Los Angeles, San Francisco, Seattle and Redwood City. No Brasil, o documentário pode ser encontrado em plataformas digitais como Amazon e GooglePlay, além do site oficial.
Segundo Christianne Poppi, diretora executiva do Technovation Challenge Brasil, o filme não fala apenas de meninas na programação. “A principal mensagem que o documentário deixa é que as meninas podem correr atrás do que elas acreditam. Se elas quiserem mudar alguma coisa que não está funcionando na comunidade delas, elas conseguem”, diz.
Entre os times apresentados no filme, está a equipe brasileira de Recife que chegou à final da competição e representou o país em São Francisco, nos Estados Unidos. Alunas da Escola Técnica Estadual NAVE Recife, as adolescentes Jacqueline Alves, Jaqueline Rodrigues, Leonor Victoria, Maria Gabrielle e Sâmara Beatriz criaram um jogo para ensinar crianças sobre conservação da água e uso eficiente de energia.
Se mulheres não participarem do campo tecnológico, elas vão perder a oportunidade de influenciar a mudança social e econômica em um século
Outras histórias também estão presentes no documentário, como a das estudantes de Guadalajara, no México, que desenvolveram um aplicativo para ajudar mulheres perceberem se elas estão sendo expostas à violência em suas casas ou relacionamentos. Já em Stefanest, Moldávia, cinco meninas programaram um aplicativo para orientar os usuários se os poços de água da região são potáveis, tentando evitar o alto índice de contaminação e casos de hepatite A naquela comunidade.
Por mais mulheres na programação
Estimular a presença de mais mulheres em carreiras de ciência e tecnologia também é uma das discussões que o documentário pretende levantar. Em seu perfil no Twitter, a produtora do filme destacou a importância de aumentar a participação feminina no setor. “Se mulheres não participarem do campo tecnológico, elas vão perder a oportunidade de influenciar a mudança social e econômica em um século”, escreveu Lesley.
No Brasil, de acordo com os dados do último Censo, as mulheres representam apenas um quarto dos profissionais que atuam na área de ciência da computação. O desafio também se repete em outros países. Uma pesquisa divulgada pela AAUW (Associação Americana da Universidade das Mulheres, em livre tradução), mostra que menos de 1% das alunas de ensino médio dos Estados Unidos pretendem fazer algo ligado à área.
“Queremos que as meninas se sintam capazes e confortáveis com a tecnologia”, defende a diretora executiva do Technovation Challenge Brasil. Segundo ela, o filme também traz uma mensagem que inspira as pessoas a correrem atrás do que elas realmente querem.
Informações sobre exibições do documentário e eventos organizados pelo Technovation Challenge Brasil podem ser acompanhadas pela página do Facebook ou pelo site.
Confira o trailer:
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