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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Abayomis: Amuleto que diminuia a dor de crianças nos navios negreiros

14/09/2016
Renata Martins

Por séculos, milhares de africanos foram trazidos ao Brasil para serem escravizados. Dentro do navio negreiro e em meio a condições terríveis, mães se esforçavam para amenizar a dor e o medo dos filhos.

Durante a travessia, as mulheres rasgavam pedaços do tecido das suas saias. Para acalantar as crianças, o pano se transformava em matéria-prima para a confecção de pequenas bonecas, as Abayomis.

Feitas sem costura, apenas com tranças e nós, as africanas acreditavam que a peça de tecido preto e vestes coloridas também servia como amuleto de proteção para seus filhos.

De origem iorubá, “abay” significa encontro e “omi”, precioso. Para as mães, as bonecas Abayomis trazem uma mensagem: “Ofereço a você o melhor que tenho em mim”.

Em terra e séculos depois, a boneca de pano que acalentou tantas crianças negras virou símbolo da sabedoria e da resistência dos povos africanos.

No Acre, o feitio e a brincadeira com as Abayomis ajudam a contar um pouco da história e da cultura afro-brasileira. A temática é obrigatória no currículo escolar desde 2003.

A exposição itinerante “Abayomi: Muito Mais que um Brinquedo”, vai percorrer escolas públicas acreanas. Alunos e professores também vão aprender a confeccionar a boneca. A iniciativa é do Sesc em parceria com Secretaria de Educação do Estado.

As peças da exposição foram produzidas pelo professor de artes Alex Oliveira. Ele conta como foi conhecer a história e a técnica para fazer as bonecas.

O professor destaca que as abayomis não costuma ser comercializado. Segundo a tradição, as bonecas são oferecidas por quem faz para outras pessoas, como fosse um presente.

A exposição faz sua primeira parada nesta quarta (14) e quinta-feira (15), na Mostra Viver Ciência 2016, na Universidade Federal do Acre.

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