Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

VEJA COMO FOI O 1º SEMINÁRIO SOBRE O PAPEL DO HOMEM NA PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE GÊNERO


fm193859

24 de agosto de 2016

Evento foi organizado pela Diretoria da Mulher da Associação Paulista do Ministério Público.

Foi muito positiva a repercussão do 1º Seminário sobre o Papel do Homem na Promoção da Igualdade de Gênero, realizado no dia 24 de agosto, em São Paulo, em comemoração aos 10 anos da Lei Maria da Penha. Iniciativa da Diretoria da Mulher da Associação Paulista do Ministério Público, o evento apresentou atuações e ideias inovadoras de homens que estão na linha de frente no enfrentamento da violência contra a mulher e da promoção da igualdade de gênero.

No evento, foram apresentados dois painéis compostos por nomes de destaque na justiça, em políticas públicas, na iniciativa privada, no terceiro setor e formadores de opinião que desenvolvem projetos e atuam para combater a violência e promover a equidade entre homens e mulheres.

POLÍTICAS PÚBLICAS E PRIVADAS
O primeiro painel foi aberto pelo presidente da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), Felipe Locke Cavalcanti que falou sobre a ausência das mulheres nas casas legislativas, nos espaços políticos e de liderança, mediante ao cenário machista e de discriminação feminina na política.

Fizemos um debate comandado por juízas, promotoras de justiça, Delegada, Advogada, Médica e representante de movimentos sociais para destacar a importância da participação dos homens no combate à violência de gênero.

Lírio Cipriani, diretor-executivo do Instituto Avon, trouxe dados sobre a desigualdade que acontece no mundo todo e explicou sobre o projeto que a empresa desenvolve para a promoção de igualdade de gênero.

O procurador Regional Eleitoral de São Paulo, Dr. Luís Carlos dos Santos Gonçalves também esteve no debate.

JUSTIÇA PENAL E JUSTIÇA SOCIAL
O segundo painel teve início com a médica e coordenadora estadual de Políticas Públicas para a Mulher, Dra. Albertina Duarte Takiuti, que fez a abertura do tema “Justiça Penal e Justiça Social”.

Em seguida, Dr. Luiz Augusto Barrichelo Neto, magistrado e juiz de direito de Limeira (SP), apresentou seu projeto “Botão do Pânico” – tecnologia usada para prevenir casos de violência contra a mulher e agilizar atendimento à vítima.

O promotor de justiça do MPSP, Dr. Yuri Giuseppe Castiglione, focou no tema violência sexual contra meninas e adolescentes.

E o desembargador do TJSP, Dr. Luiz Soares de Mello Neto apresentou dados sobre julgamentos dos processos que tratam de violência doméstica em segundo grau no Tribunal de Justiça.

Em sua participação, o sociólogo e filósofo Sergio Barbosa mostrou o trabalho que desenvolve com os homens visando a ressocialização dos autores de violência.

O editor-chefe da Plataforma Papo de Homem, Guilherme Valadares, falou sobre seu site dedicado aos homens e como se envolveu com o tema “igualdade de gênero e violência contra a mulher”.

A VEZ E A VOZ DAS MULHERES
As mulheres também tiveram voz durante todo o evento, fazendo importantes questionamentos aos homens.

A advogada e co-fundadora da Rede Feminista de Juristas, Dra. Marina Ganzarolli, abordou a desigualdade salarial de gênero e fez sugestões para derrubar os obstáculos que emperram o empoderamento econômico das mulheres.

Delegada e presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, Dra. Rosemary Correa falou sobre a grande conquista que foi a criação da 1ª Delegacia com atendimento 24 horas especializado e multidisciplinar às mulheres vítimas de violência, no centro de São Paulo.

Dra. Vanessa Ribeiro Mateus, juíza de direito e 2ª vice-presidente da Associação Paulista de Magistrados (APAMAGIS), destacou a importância da participação masculina no combate à discriminação de gênero.

A juíza de direito da vara de violência doméstica do TJSP, Dra. Tatiana Moreira Lima, explanou sobre a dificuldade de julgar casos de violência doméstica.

A promotora de justiça e membro do GEVID, Dra. Fabiana D’ Almas Rocha Paes, centralizou sua fala no combate ao machismo.

Encerrando o seminário, a antropóloga da USP Beatriz Aciolly Lins de Almeida clamou por acesso a direitos iguais às mulheres, em todos os planos, inclusive, a atuação do Ministério Público na promoção da igualdade de gênero e no enfrentamento a violência contra a mulher.

IGUALDADE AQUI E AGORA
(Confira o discurso da Diretora da APMP Mulher e Coordenadora do Evento, Gabriela Manssur)

Eu não pensei que atuando há 8 anos no enfrentamento a violência contra a mulher e na promoção da igualdade de gênero, sempre com atuação e foco nas mulheres eu pudesse, algum dia, pensar em desenvolver projetos voltados aos homens.

Mas, ao longo desses anos, principalmente nos últimos 2 anos, percebi que não se pode desenvolver políticas públicas para as mulheres sem envolver os homens nessa luta, pelos seguintes motivos:

1- Acredito que praticamente todos os meus pedidos, requerimentos, projetos, ”ideias ousadas”, nesses anos foram feitos a um homem:

2- O juiz com quem trabalhava em Taboão da Serra e que abraçou o projeto Tempo de Despertar – Ressocialização do Agressor, é homem.

3- O prefeito pra quem apresentei o Projeto de Lei Tempo de Despertar, é homem.

4- O coordenador do projeto Tempo de Despertar, Sérgio Barbosa, é homem.

5- O Tribunal de Justiça de São Paulo é composto, na sua maioria, por homens.

6- O atual presidente da OAB/SP é homem.

7- O atual chefe da minha instituição é homem.

8- O atual secretário de segurança pública, que inclusive, inaugurou uma Delegacia da Mulher 24h em São Paulo, é homem.

9 - O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo é homem.

10- O atual Ministro da justiça é homem.

E uma constatação que, atualmente, serão eles quem deliberarão sobre as nossas prioridades, e se esses homens não estiverem ao nosso lado, não só sensibilizados, mas engajados e atuando com estratégias e comprometimento no enfrentamento da violência contra a mulher – criando oportunidades iguais para elas ocuparem os mesmos espaços que eles -, provavelmente demoraremos 80 anos para conseguir a tão almejada igualdade de gênero. Mas nós não queremos esperar 80 anos, queremos essa igualdade aqui e agora.

Essa semana me deparei com situações que me encheram de amor e esperança: Eu cheguei num jantar de família e meus irmãos estavam me esperando para discutir sobre o ‘Burquini’ e saber a minha opinião, com total interesse na causa.

Meu marido já me confidenciou que mudou muito o comportamento dele depois de ver, de perto, a luta pelos direitos das mulheres. Hoje ele se diz um homem feminista ( e eu percebo essas mudanças nas suas atitudes, principalmente na forma que educamos nossos filhos homens).

Meus amigos (homens) vivem me mandando links e me marcando em matérias sobre gênero, violência contra a mulher, direitos da mulher.

Acredito que de tanto que falo do assunto, consegui conscientizar e envolver esses homens do meu convívio pessoal e social (Graças a Deus).

E isso também está acontecendo na sociedade como um todo.
Mas vamos mais longe: As mulheres nas Olimpíadas foram as grandes protagonistas, roubaram a cena, com demonstração de força, de fôlego, de golpe certeiro, que rendeu a primeira medalha de ouro das Olimpíadas 2016 para o Brasil e uma de prata na dupla de vôlei de praia.

As próprias mulheres mostraram para o mundo do que nós somos capazes.
Mas mesmo assim, há quem ainda questiona sobre roupas ousadas e justas usadas pelas atletas nas olimpíadas: ”Seria para ganhar mais likes no facebook?”.

Há quem questione o comportamento da mulher que foi violentada sexualmente, ou justifica a violência sofrida, ou não enxerga a necessidade de criar espaço para as mulheres. Não falo em um pensamento machista, mas sim uma ideologia conservadora que não se preocupa em promover oportunidades iguais e nem de ver representada a diversidade da sociedade brasileira.

O Brasil é o 5º País do mundo com maior índice de morte de mulheres. A cada 12 segundos, uma mulher é agredida no Brasil. A cada 3 mulheres no mundo, 1 sofre algum tipo de violência.

E o que os homens estão fazendo para enfrentar essa violência e diminuir a desigualdade?

Identificamos homens que tem destacado na causa da mulher para mostrar, mais uma vez, que a protagonista dessa causa somos nós mulheres, mas eles precisam ouvir nossa voz.

Que sirvam de exemplo, inspiração para outros homens, pois as maiores beneficiadas desse seminário, do envolvimento dos homens, seguindo a linha mundial da plataforma ELES POR ELAS/ HEFORSHE da ONU Mulheres, somos nós, mulheres.

Vamos ver hoje algumas iniciativas que os homens podem ter, além de abrir alas, claro, porque nós mulheres, vamos passar.

”Não tenho tempo para me abater, tenho torneios para vencer e pessoas para inspirar. E para isso estou aqui”. Serena Willians.

Nenhum comentário:

Postar um comentário