Publicado: 14/10/2016
Ela não pode jogar porque é menina, explicava o post.
Ela.
Mulher.
O nome dela é Charlotte, ela tem 12 anos e é o primeiro ano em que ela joga futebol americano. Ela é chutadora do time de uma escola particular da Carolina do Norte.
A história chamou minha atenção imediatamente. Talvez porque eu seja mãe de duas adolescentes. Criei minhas filhas para que elas saibam que podem fazer tudo o que quiserem, a despeito do gênero. Elas nem sequer considerariam ouvir que não podem fazer alguma coisa porque são mulheres. Ser discriminada por ser menina nem passaria pelas suas cabeças.
Estamos em 2016.
Uma mulher é candidata à Presidência. Minhas filhas veem mulheres em posições de liderança em empresas, nas Forças Armadas e no governo.
Não estou interessada em escrever nada negativo, e prefiro não dizer o nome da escola. Há uma discrepância em relação ao que teria sido dito pelos técnicos. Um time disse que, se Charlotte entrasse em campo, a equipe dela perderia os pontos. O outro time diz que o técnico expressou preocupação sobre a segurança de Charlotte. Ele não teria impedido que a menina jogasse, mas disse que preferia que ela ficasse de fora.
Mas não há como ignorar o fato de que eles só conversaram sobre a menina de uniforme. Nada foi dito sobre os meninos.
Para mim, não importa quem disse o que. Estou mais interessada em lembrar minhas filhas, e as filhas dos outros, que elas podem fazer o que quiserem e que o gênero dela não importa. O que importa é que tipo de pessoa que elas são, as qualidades que têm e seu caráter. Espero que minhas filhas sejam pessoas gentis e generosas, sinceras e humildes.
"Nunca achei que minha filha fosse jogar futebol americano", diz Carolyn Albright, mãe de Charlotte, "mas ela tem dois irmãos que jogam, e sempre estamos no campo".
Charlotte também joga futebol. Ela é goleira, uma posição que exige precisão nos chutes. Está acostumada a chutar a bola longe. Certo dia, quando um técnico a viu brincando com os irmãos, ela foi incentivada a pensar em jogar futebol americano. Ela decidiu experimentar. Como joga de chutadora, ela não passa muito tempo no campo nem se envolve em jogadas muito violentas.
Sempre existe a chance de que ela se machuque; é um risco que ela sabe que corre. Contusões acontecem em todos os esportes. A família dela sabe disso. Se não estivessem à vontade com esse fato, não permitiriam que seus filhos praticassem o esporte. Não era papel do técnico do outro time questionar a presença de Charlotte no campo.
Vestir um uniforme e jogar futebol americano exige coragem. Charlotte é apoiada pelos colegas e pela escola. Ela joga porque ama o esporte e porque se diverte, provavelmente a mesma razão pela qual seus companheiros de time jogam. Quando perguntei como ela se sentiu com essa situação toda, ela respondeu: "Foi um grande aprendizado. Não achei que as pessoas fossem dar tanta importância, então fiquei feliz".
É uma boa lição para Charlotte e para todos nós. Charlotte poderia ser minha filha. Poderia ter acontecido com a minha família ou com a sua. Ensinamos nossas filhas a serem mulheres fortes, mas temos de provar nossas palavras com ações quando acontece algo injusto.
A história chamou minha atenção imediatamente. Talvez porque eu seja mãe de duas adolescentes. Criei minhas filhas para que elas saibam que podem fazer tudo o que quiserem, a despeito do gênero. Elas nem sequer considerariam ouvir que não podem fazer alguma coisa porque são mulheres. Ser discriminada por ser menina nem passaria pelas suas cabeças.
Estamos em 2016.
Uma mulher é candidata à Presidência. Minhas filhas veem mulheres em posições de liderança em empresas, nas Forças Armadas e no governo.
Não estou interessada em escrever nada negativo, e prefiro não dizer o nome da escola. Há uma discrepância em relação ao que teria sido dito pelos técnicos. Um time disse que, se Charlotte entrasse em campo, a equipe dela perderia os pontos. O outro time diz que o técnico expressou preocupação sobre a segurança de Charlotte. Ele não teria impedido que a menina jogasse, mas disse que preferia que ela ficasse de fora.
Mas não há como ignorar o fato de que eles só conversaram sobre a menina de uniforme. Nada foi dito sobre os meninos.
Para mim, não importa quem disse o que. Estou mais interessada em lembrar minhas filhas, e as filhas dos outros, que elas podem fazer o que quiserem e que o gênero dela não importa. O que importa é que tipo de pessoa que elas são, as qualidades que têm e seu caráter. Espero que minhas filhas sejam pessoas gentis e generosas, sinceras e humildes.
"Nunca achei que minha filha fosse jogar futebol americano", diz Carolyn Albright, mãe de Charlotte, "mas ela tem dois irmãos que jogam, e sempre estamos no campo".
Charlotte também joga futebol. Ela é goleira, uma posição que exige precisão nos chutes. Está acostumada a chutar a bola longe. Certo dia, quando um técnico a viu brincando com os irmãos, ela foi incentivada a pensar em jogar futebol americano. Ela decidiu experimentar. Como joga de chutadora, ela não passa muito tempo no campo nem se envolve em jogadas muito violentas.
Sempre existe a chance de que ela se machuque; é um risco que ela sabe que corre. Contusões acontecem em todos os esportes. A família dela sabe disso. Se não estivessem à vontade com esse fato, não permitiriam que seus filhos praticassem o esporte. Não era papel do técnico do outro time questionar a presença de Charlotte no campo.
Vestir um uniforme e jogar futebol americano exige coragem. Charlotte é apoiada pelos colegas e pela escola. Ela joga porque ama o esporte e porque se diverte, provavelmente a mesma razão pela qual seus companheiros de time jogam. Quando perguntei como ela se sentiu com essa situação toda, ela respondeu: "Foi um grande aprendizado. Não achei que as pessoas fossem dar tanta importância, então fiquei feliz".
É uma boa lição para Charlotte e para todos nós. Charlotte poderia ser minha filha. Poderia ter acontecido com a minha família ou com a sua. Ensinamos nossas filhas a serem mulheres fortes, mas temos de provar nossas palavras com ações quando acontece algo injusto.
É uma boa oportunidade para lembrar todas as nossas filhas que elas podem fazer o que quiserem. Sempre vai ter gente querendo dizer "não", mas elas não precisam dar ouvido a essas pessoas. Essas opiniões não contam. O que importa é como elas se sentem. Crie suas filhas para que elas sejam fortes e corajosas, para que acreditem em si mesmas e saibam que podem fazer o que quiserem, sempre. E, quando ouvirem um "você não pode", elas têm de escutar sua voz interna, aquela que a incentiva e diz: "você pode, sim".
Charlotte levou a experiência numa boa. Ela pode ter sido "atingida" pelo outro time, mas se levantou e está jogando de novo. Como uma boa menina.
*Dara é palestrante motivacional, escritora e fundadora do blog Crazy Perfect Life.
*Dara é palestrante motivacional, escritora e fundadora do blog Crazy Perfect Life.
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