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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

USP diz que suspendeu responsáveis por 'ranking sexual' em Piracicaba, SP

Cartaz com supostas características de estudantes gerou revolta em 2015.
Um ano e meio após o caso, resultado foi divulgado nesta terça-feira (25).

Do G1 Piracicaba e Região25/10/2016
Cartaz na Esalq faz 'ranking' sexual de alunos da USP (Foto: Élice Botelho/Arquivo pessoal)
Cartaz na Esalq faz 'ranking' sexual de alunos da USP (Foto: Élice Botelho/Arquivo pessoal)

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da USP em Piracicaba (SP), informou nesta terça-feira (25) que suspendeu os alunos envolvidos na divulgação de um "ranking sexual" de estudantes dentro da instituição em maio 2015. O cartaz foi considerado ofensivo e revoltou um grupo de alunas, que pediram providências da universidade.
O material foi fixado no Centro de Vivência, que um dos pátios onde os universitários se reúnem na Esalq. O cartaz era dividido em colunas que atribuíam, com palavras de baixo calão e termos como "teta preta", as supostas características de estudantes listadas pelos apelidos com que foram batizadas no campus, além do número de pessoas que teria mantido relações. Os "codinomes" são uma tradição na Esalq e muitos universitários os carregam após o curso.
Apesar de ter sido divulgado somente nesta terça, o resultado do processo disciplinar já havia sido comunicado à Comissão de Direitos Humanos da USP no mês passado. A instituição não informa quem são os alunos penalizados ou se eles ainda estudam no campus de Piracicaba. A universidade também não comentou por qual motivo divulgou a conclusão somente agora.
Prédio central da Esalq (USP de Piracicaba) será restaurado (Foto: Gerhard Waller/Esalq)
Prédio central da Esalq, campus da USP em
Piracicaba (Foto: Gerhard Waller/Esalq)
Em nota, a Esalq afirmou apenas: "o processo que investigou os responsáveis pela exposição de um 'ranking sexual' em cartaz publicado no centro de convivência da instituição foi concluído. Os trabalhos foram finalizados em 18 de julho deste ano com aplicação de penalidade de suspensão dos alunos envolvidos. A decisão foi comunicada à Comissão de Direitos Humanos da USP em 14 de setembro de 2016".
Cinco suspeitos
Em janeiro deste ano, o G1 noticiou que a sindicância sobre o caso tinha sido concluída e que cinco estudantes tinham sido indicados como possíveis responsáveis pela lista que expôs as supostas intimidades. O procedimento na época, porém, ainda não determinava uma punição aos envolvidos.

Um parecer da comissão sindicante foi acolhido para abertura de um processo administrativo disciplinar, e os envolvidos tiveram direito de se defender. Na época, a Esalq informou que a punição pela autoria do cartaz poderia ser desde advertência até a expulsão. A instituição afirmou também que a identidade dos alunos foi preservada por orientação da Procuradoria Geral da USP.
Revolta
O cartaz revoltou um grupo de estudantes no fim de maio de 2015. O material foi retirado depois de causar polêmica e protestos que se espalharam pelos muros da universidade. A comissão formada por funcionários da Esalq ouviu suspeitos e alunos que denunciaram a existência do "ranking" no campus.

Além da apuração interna da instituição, a Secretaria de Políticas para Mulheres, da Presidência da República, repudiou a lista e informou que faria o acompanhamento do caso.
Cartaz feito em repúdio a ação discriminatória na Esalq Piracicaba (Foto: Claudia Assencio/G1)
Cartaz feito em repúdio à ação discriminatória na
Esalq, em Piracicaba (Foto: Claudia Assencio/G1)
Crimes
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Piracicaba (SP) avaliou que os responsáveis pelo cartaz incorreram em três crimes: homofobia, difamação e calúnia.

O presidente da entidade à época, Fabio Ferreira de Moura, apontou que os crimes de difamação e calúnia aconteceram pelo ato de expor a intimidade sexual das alunas e identificá-las por apelidos.
Já a homofobia é caracterizada porque a lista também cita homossexuais. A Câmara de Piracicaba e a Defensoria Pública também repudiaram a lista. Apesar da mobilização, como nenhuma vítima fez denúncia formal à Polícia Civil, nenhum inquérito criminal foi aberto sobre o caso.

G1

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