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domingo, 30 de outubro de 2016

O movimento #shareyoursister quer driblar a falta de espaço para as mulheres na arte

Repórter
outubro 28, 2016
O papo cansa alguns ouvidos, mas é verídico: ainda falta espaço pra mulherada em vários âmbitos sociais. Na própria redação da VICE sempre rola a observação de que "precisamos de mais mulheres fotografando nas nossas publicações". No setor das artes visuais, em geral, não é diferente. Pra dar um ollie no sistema e otimizar a trilha já confortável para os homens e ainda esburacada para as mulheres, duas amigas criaram recentemente o #shareyoursister, movimento online e físico que propõe o compartilhamento de trampos femininos feitos mundo afora.
"Ser mulher e conquistar um espaço estrutural longe dos ares domésticos é foda." — Giselle Galvão, fotógrafa e artista visual
Caroline Barrionuevo, 30, designer de moda e fotógrafa, e Giselle Galvão, 29, fotógrafa e artista visual, nasceram no nordeste do país, mas passaram parte da vida em Belo Horizonte, Minas Gerais. Hoje, vivem na capital paulista e encabeçam o movimento, cuja proposta é, basicamente, propagar trabalhos feitos por mulheres tanto na internet quanto nas ruas do país — e, quem sabe, no restante do planeta.



Fotos: Giselle Galvão
As criadoras do movimento atentam para o fato de que não há briga por espaço entre os gêneros, é só uma maneira de "desentortar a balança". 
"Não que ser homem seja fácil, mas ser mulher e conquistar um espaço estrutural longe dos ares domésticos é foda. A noção de fraternidade está aí há anos fortalecendo os brothers", pontua Giselle. 
Para ela, o mercado das artes visuais ainda é liderado por eles. "Pode parecer uma visão radical, mas não é. Basta pegar o catálogo de nomes que está por trás das galerias de arte e fazer um gráfico: a maioria dos artistas representados é do sexo masculino."



Foto: Caroline Barrionuevo
Pra tirar o quebranto que impede o acesso da mulherada ao espaço público artístico, o #shareyoursister tem um funcionamento simples: basta usar a hashtag em uma foto, obra, vídeo ou o que seja e, depois, compartilhar o conteúdo de outra mina que também usou a hashtag. 
"A ideia de propagar nossos trabalhos está relacionada à vontade de construir um networking entre as mulheres. Ou seja, de alguma forma, hackear o sistema, fazendo com que uma artista com um número mais alto de seguidores divulgue outra, com um número menor, em seus canais e vice-versa. Criando, assim, uma grande rede de contato", justifica Barrionuevo.



Mulherada colando lambe-lambes pela cidade de São Paulo. Foto: divulgação
Para além da internet, há também os encontros que agrupam artistas interessadas. Por duas vezes, a trupe caminhou pela cidade de São Paulo espalhando lambe-lambes, adesivos e stencil. O próximo evento, inclusive, já está marcado para novembro.
O fato de a hashtag ser em inglês faz parte do objetivo, que é alavancar mundialmente essas artistas. "A internet é uma boa fonte de difusão de informações", detalha Caroline, que, com outras amigas, também criou no Facebook o grupo Mulheres na Fotografia



Lambe-lambes espalhados pelo centro de São Paulo. Foto: divulgação
"É necessário rastrear e modificar padrões e pequenas atitudes cotidianas que inferiorizam as mulheres", pondera Giselle. "É um caminho longo, mas já tem muita gente seguindo nessa direção, o que é muito positivo."
Siga a Giselle Galvão e a Caroline Barrionuevo no Instagram e acompanhe a página do #Shareyoursister no Facebook. 

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