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sábado, 29 de julho de 2017

Sou homem, forte e negro, e as pessoas pensam que sou violento ou limitado por isso | Caixa-preta #21


O Diógenes é um cara tranquilo que frequentemente é confundido com alguém mais truculento por ser grandão e negro. Dos estereótipos que embaçam nossa visão
Jader Pires
Ser um cara negro e grandão, forte, "parrudo", faz do Diógenes um estereótipo. "Bom, já que ele é assim, aposto que é um tipo machão, que sabe se impor nos locais e na rua, que usa seu tamanho para naturalmente intimidar as pessoas, além de alguma ferocidade que os negros carregam consigo". 
Que pensamento maluco.
O Diógenes é web designer e das pessoas mais doces e tranquilas. Tem sua fala eloquente, serena...
Até uma colega de sua esposa uma vez falou: "ah, mas você não é um negão negão, né?" e, quando ele perguntou o que era ser um "negão negão", teve a resposta: "Você não é mano, né? Você até fala de alguns outros assuntos, às vezes".
A expectativa é que um cara grandalhão seja mais agressivo no jeito de lidar com as coisas, que tenha um comportamento mais bruto e uma linha de raciocínio mais limitada.
"Ainda é uma questão pra mim, de vez em quando, de ser machão, de ser o viril, de ser o cara mais agressivo porque, às vezes, isso me incomoda e para as pessoas até assusta eu não ser esse cara mais machão, talvez por causa do meu tamanho".
E mais:
"As pessoas esperam que eu tenha atitudes mais expansivas, mais agressivas. E eu não consigo".
A complicada situação de não ser o que as pessoas esperam de você no simples ato de te olhar. O Diógenes segue sua vida com o lema de que não tem que agradar todo mundo, que não dá pra forçar algo que não é natural.
Ainda bem. Que bom podermos ser quem simplesmente somos.

E ainda tem uma segunda parte

É tanta coisa para se absorver de uma fala como esta que preparamos uma segunda parte da conversa com o Diógenes, em que ele fala de quando seguranças de um carro-forte acharam que ele tinha intuitos de assaltar um banco e da relação dele com sua mãe, uma mulher negra e nordestina que trabalha há mais de vinte e cinco anos no sistema prisional.
Vale cada minuto:
publicado em 27 de Julho de 2017

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