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domingo, 30 de julho de 2017

SPM lança campanha de valorização da mulher negra

porPublicado
: 21/07/2017
Dia 25 de Julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A data marca a luta da mulher negra pela inclusão nos espaços de poder, contra  a violência que a atinge em maior número e contra o preconceito de raça e gênero, entre outros desafios. Segundo o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49,5% das mulheres brasileiras se consideram pretas e pardas.
Para valorizar a resistência das mulheres negras, a SPM lança nas redes sociais a campanha #SouNegraE. A proposta é reforçar o valor da luta das mulheres que alcançaram destaque e, ao mesmo tempo, chamar atenção para as enormes barreiras que no enfrentamento à violência, no acesso à saúde, à educação e nos espaços de poder.
“Queremos valorizar a mulher negra. As conquistas do movimento de mulheres negras são marcos a serem comemorados. Mas não podemos fraquejar no combate a todas as formas de violência e discriminação contra as mulheres”, explica a secretária de Políticas para as Mulheres Fátima Pelaes.
A campanha é composta por 8 cards para as redes sociais com mulheres em destaque por seu papel na sociedade e bonecas que representam, de forma lúdica, conceitos de empoderamento das mulheres negras:
Guanayra Firmino – Vice-presidente das alas da comunidade da Escola de Samba Mangueira. Valoriza sua cultura, suas raízes. Ela é Ekedi, líder religiosa no Candoblé, além de gestora pública, tecnóloga em rede de computadores e professora de informática.
“Acredito na educação e na valorização da nossa cultura como instrumento de empoderamento”, defende.
Kátia Lobo – Professora, Presidente Regional do PMDB Mulher RJ, Vice-presidente Regional Sudeste, Assessora Especial de Relações Institucionais da Secretaria Estadual dos Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos, Mangueirense e ativista na luta pelo empoderamento e a não violência e saúde da mulher.
“Ser mulher negra nos dias de hoje é um desafio diário. É o que me impulsiona lutar mais e mais por um lugar igualitário na sociedade por todas”.
Fernanda Lopes – Representante Auxiliar do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil,  responsável pelo tema Saúde Reprodutiva e Direitos
“Trabalho para que o enfrentamento ao racismo e ao sexismo sejam incorporados pela gestão pública e para mulheres negras tenham direito à vida com dignidade”.
Dados
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a mortalidade materna na mulher negra tem aumentado nos últimos anos, ao contrário do observado na média da brasileira. Cerca de 60% dos óbitos maternos registrados no país são de pretas ou pardas (segundo dados preliminares de 2013 da CGAIE/SVS/MS). O principal motivo de morte materna entre mulheres negras (pardas e pretas) é a hipertensão, seguida de hemorragia.
A hemorragia causa o maior número de mortes maternas. Quando  se compara o número de mulheres brancas mortas entre 2000 e 2012,  nota-se uma redução de 34,04% (141 casos notificados para 93). Em relação às mulheres negras, houve aumento de 6,32 % (de 190 para 202 casos) no mesmo período.
Segundo a Secretária de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, esses números acendem um alerta de que é preciso ter um olhar especial a essa população.
“Precisamos de uma soma de esforços para levar acesso a saúde, garantir pré-natal de qualidade, saúde sexual e saúde reprodutiva. Junto da Rede Brasil Mulher, estamos somando esforços com o Ministério da Saúde, sociedade civil e governos para garantir o recorte de raça nas ações”, disse.
Saúde Sexual e Reprodutiva
As mulheres negras que nunca fizeram exames preventivos de colo de útero são em maior número -  18,2% das mulheres pardas e 17,5% das mulheres pretas, em idade fértil,  não fizeram nenhum exame. Elas são as que menos têm acesso a contraceptivos - somente 44,2% das negras utilizaram algum método nos 12 últimos meses.   As mulheres negras também representam 70% das mulheres gestantes do país. No caso de abortos espontâneos, 18,9% são mulheres negras.
Educação
Quando se fala de educação, as mulheres tem aumento a matrícula nos cursos de ensino médio. As mulheres negras também têm acompanhado essa tendência com um aumento no número de matriculas. Passando de um pouco mais de 700 mil em 2007 para mais de 1400 milhão em 2013.
Violência contra as mulheres
Em 2016, a Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 recebeu 140 mil relatos de violência. Desse total, 60,53% das vítimas são mulheres declaradas negras (pretas e pardas).
O Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), aponta um aumento de 54% em dez anos no número de mortes violentas de mulheres negras, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, a quantidade anual de mortes violentas de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013.

SPM

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