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quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Cresce a procura de mulheres por franquias. O motivo? O salário menor no mercado de trabalho

Juliana Otsuka trabalhava com consultoria financeira e resolveu empreender após a gravidez
GISELE TAMAMAR, ESTADÃO PME

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Juliana comanda três franquias

O número de candidatas interessadas em abrir uma franquia está em ascensão, enquanto o interesse dos homens tem diminuído. Para o consultor Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise, dois fatores têm influenciado esse movimento. O primeiro e principal é o mercado de trabalho. "As mulheres competem em igualdade com os homens, mas recebe um salário menor e têm mais restrições para crescer profissionalmente", observa.
O segundo é a busca da proximidade com a família. "As mulheres visualizam na franquia uma oportunidade de ganhar dinheiro e voltar a estar perto da família", afirma Rizzo. Levantamento feito pela consultoria mostra que dos 968.724 candidatos a franquias em 2011, 52% eram homens e 48%, mulheres. No ano anterior, a parte masculina representou 55%, enquanto a feminina, 45%.
Para Rizzo, o que está ocorrendo no Brasil é um fenômeno que já foi registrado nos Estados Unidos, das mulheres voltando para perto de casa. "Elas não abrem mão da carreira profissional, mas não aceitam muitas viagens de trabalho", avalia.
A empresária Juliana Otsuka, de 36 anos, resolveu empreender para ficar mais perto da família. Formada em administração, Juliana trabalhava com consultoria financeira na área de fusões e aquisições. A rotina incluía viagens para todo o Brasil.
Depois da primeira gravidez, Juliana voltou a trabalhar, dando preferência para projetos em São Paulo, mas o trânsito e a rotina faziam com que a empresária não conseguisse conviver com seu filho. "Eu saía de casa com meu filho dormindo. Eu chegava em casa e o meu filho já estava dormindo", lembra. Juliana até chegou a trabalhar em dias alternados, mas a opção não durou muito tempo e Juliana resolveu empreender por meio de franquias.
Hoje, ela comanda duas lojas Balonê, nos shoppings Morumbi e Ibirapuera, e uma loja Morana, também no Morumbi. "Trabalho as mesmas dez horas por dia, mas tenho um horário mais flexível. Tenho escritório em casa, visito as lojas, mas consigo almoçar e jantar com meus filhos", conta Juliana, mãe de Felipe, de 5 anos, e Thais, de 3. "Estou satisfeita com minha rotina. Consigo trabalhar, contribuir com a renda familiar e ficar perto dos meus filhos", finaliza.

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