Diretor de agência anticrime da ONU pede ações integradas para conter grupos criminosos
O combate ao crime organizado, que possui grande capacidade de adaptação e locomoção para escapar da Justiça, foi o tema do discurso do Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) na abertura da sexta sessão daConferência das Partes da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, na segunda-feira (15). O evento acontece até 19 de outubro, em Viena, na Áustria.
“Nosso objetivo coletivo deve ser acabar com a ‘era do deslocamento’, que vê o crime simplesmente se mudar de um lugar para o outro quando desafiado, e começar um tempo de cooperação, coordenação e comunicação interligados contra o crime”, disse Yury Fedotov, que chamou a sociedade civil a se integrar na iniciativas contra o crime.
Fedotov também pediu aos Estados-Membros que sejam criativos e pró-ativos e acrescentou: “Quando os criminosos são espertos, temos de ser mais inteligentes, onde os criminosos são sofisticados, temos que ser ainda mais sofisticados e onde o crime transcende as fronteiras, nossa cooperação também deve fazê-lo.”
Entre as vítimas de crime transnacional, o Diretor Executivo citou as mulheres e crianças traficadas para o comércio do sexo, comunidades de países em desenvolvimento devastadas pela exploração de madeira ilegal e familiares e amigos que perderam alguém por causa de drogas ilícitas.
“Somos capazes de quantificar o custo do crime organizado transnacional, que é 870 bilhões de dólares, mas não podemos calcular a miséria e o sofrimento causado a milhões de pessoas por essas atividades ilícitas”, observou Fedotov.
Adotada pela Assembleia Geral da ONU em 2000, a convenção, junto a seus protocolos sobre o tráfico de pessoas e de armas de fogo e o contrabando de migrantes, constitui a base jurídica para a cooperação internacional no combate ao crime organizado transnacional. Até o momento, 172 Estados e a União Europeia ratificaram o instrumento.
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