Mulheres mantêm as amizades por mais tempo, diz estudo
Ao contrário da ideia popular amplamente aceita, um estudo inglês mostrou que mulheres são mais propensas do que homens a manter amizades de longa duração. A pesquisa identificou que os homens são mais instáveis e mais calculistas na hora de escolher os amigos. Mulheres, ao contrário, mostraram-se mais fiéis e companheiras.
Realizada pela equipe de Gindo Tampubolon, da Universidade de Manchester, no Reino Unido, a pesquisa contou com mais de 10 mil indivíduos foram acompanhados entre 1992 e 2002. As mulheres, ao final do estudo, mantiveram diversos amigos e amigas durante todo o período. Pessoas mais velhas, solteiras ou trabalhando em escritórios ou funções administrativas também se mostraram mais fiéis aos amigos de longa data.
Indivíduos da classe média mostraram ter uma amplitude maior de amizades – indo além do trabalho, família ou pessoas com as quais saem constantemente –, enquanto as pessoas da chamada classe baixa tendiam a fazer amizades com pessoas da mesma faixa de renda.
Tampubolon diz que os resultados, disponível no site da instituição, encontrados nas mulheres são duplamente significantes, pois os números sugerem que mais de 75% das suas amizades são com pessoas do mesmo gênero.
“A noção de amizade feminina é completamente diferente da relação de amizade entre homens. É muito mais profunda e moralmente mais adequada: elas mantém amizades de acordo com uma classificação de qualidade, independente se isso vai ter retornos sociais e econômicos, o que parece ter bastante significância para os homens. Elas também têm grande mobilidade social e geográfica: amigas que moram longe também continuam sendo lembradas”, diz Tampubolon.
Além disso, aponta o pesquisador, a amizade, para as mulheres, tem grande significância para sua própria identidade. Ao contrário os homens são mais utilitaristas, sempre procurando as vantagens da relação.
A pesquisa mostra que a relação de amizade muitas vezes não tem a ver com escolha. As pessoas têm contato com família, conhecidos, vizinhos e colegas de trabalho e com as quais podem ou não se tornar amigas. Essa relação e reclassificação de um outro indivíduo dentro de nossa escala de valores pode depender do gênero e contexto social, sugere o estudo.
por Enio Rodrigo
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