Entenda os diferentes tipos de parto
Saiba mais sobre o parto humanizado, natural, normal e cesariano
Cerca de 95% das mulheres brasileiras têm gravidez de baixo risco. Isso significa que a maioria das mulheres pode optar pelo diversos tipos de partos vaginais, como o normal, natural, humanizado, em casa e na água.
A enfermeira obstetra e parteira Mayra Calvette, apresentadora do programa "Parto pelo mundo" que estreia neste domingo (5), às 23h30, no GNT, viajou 25 países em 9 meses para entender os diferentes tipos de partos existentes no mundo. Entenda um pouco mais sobre cada um deles abaixo:
1. Parto normal é o mais indicado
O parto normal é mais seguro do que a cesariana e mais indicado às mães que não têm risco na gravidez. Oferece menos riscos de infecção, prematuridade e hemorragia, além de mais vantagens para o bebê. "Nosso corpo foi feito, programado e evoluído para ter o bebê de forma natural. Em outros lugares que fui pelo mundo, essa é a única opção que as mulheres têm e elas nem questionam se existe outra forma ou não, porque assim é que é", diz Mayra. Segundo ela, o parto vaginal é melhor para o bebê. "A passagem pelo canal vaginal fortalece o sistema imunológico, a pressão no bebê ajuda a eliminar o excesso de líquido no pulmão, o bebê tem contato com as bactérias da vagina e isso fortalece o sistema imunológico no primeiro ano", explica.
2. Cesária: Brasil é campeão neste tipo de parto
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é campeão de cesarianas no mundo. O procedimento cirúrgico é indicado apenas para as mulheres ou os bebês que correm risco, como posição inadequada do feto ou descolamento prematuro da placenta. "Concordo que a cesariana é também um direito de escolha da mulher e um grande avanço da medicina, nos casos que é necessária. É cortar o corpo da mulher onde ele não foi feito para ser aberto. É uma cirurgia e tem os riscos da anestesia, riscos de infecção e de maior perda sanguínea do que outra cirurgia. Nos partos agendados, muitos nascem prematuros. Às vezes, acham que o bebê está com 39 semanas, mas está com 38. Ou não está pronto para nascer, ou não está com o pulmão maduro, pronto para respirar", observa a enfermeira obstetra e parteira, que sugere: "As mulheres que realmente querem uma cesariana, pelo menos esperem entrar em trabalho de parto que é quando o bebê dá sinais de que está maduro para nascer.".
3. Parto na água e de cócoras
O parto na água é uma das inúmeras modalidades de partos existentes pelo mundo, como conta Mayra Calvette no programa "Parto pelo mundo". Normal ou natural e, claro, humanizado, o parto na água é feito em uma banheira ou pequena piscina com água morna, e tem a participação ativa do pai que fica por trás dando apoio à mulher na banheira. O conforto da água morna tranquiliza a mulher e ajuda a aliviar as dores da contração, mas não é indicado, de acordo com o Ministério da Saúde, em casos de parto prematuro, quando a gestante tem diabetes, hipertensão, HIV positivo, herpes genital ativo, hepatite B ou o bebê tem mais de 4kg.
Em suas viagens, Mayra mostra partos onde a mulher tem o bebê sozinha, usa uma saia grande e, de cócoras, a criança nasce no vestido, como no Tibet; partos onde a mulher se segura em uma corda e a força da gravidade ajuda o bebê a descer e deixa a mãe em uma posição confortável, como acontece em Laos, na Alemanha, e em outros países do mundo. No país europeu, inclusive, o parto de cócoras também é muito disseminado, com a mulher sentada em uma cadeira ou num banco especial e a força da gravidade facilitando o processo.
4. Parto natural e humanizado: saiba mais
A diferença entre o parto normal e o natural é que no normal muitas vezes há intervenções químicas ou cirúrgicas. "Como o uso de ocitocina para acelerar as contrações, por exemplo, ou o fato de a mulher não ter liberdade para escolher a posição mais confortável, a que ela se sente mais à vontade no trabalho de parto. Também pode haver a episiotomia ou analgesia. O parto normal não é natural porque tem intervenções", explica Mayra Calvette.
No parto natural não há intervenções, evita-se lacerações e esse tipo de parto também é humanizado. "O humanizado respeita as escolhas da mulher. As posições que ela quer, pode ter alguém dando apoio o tempo todo, uma doula ou o marido. E pode ser no lugar que ela queira, como o hospital ou em casa", justifica a parteira que acompanha cerca de cinco partos humanizados por mês, na casa da grávida ou no hospital. Muitas vezes, no parto natural, a mulher é induzida a sentir o bebê segurando sua cabeça com a mão, estimulando que ele saia com calma para reduzir o risco de laceração vaginal.
5. Como é a estrutura do parto em casa
Essa modalidade de parto natural e humanizado é a que Mayra Calvette realiza com mais frequência e é indicado para as mulheres com gravidez de baixo risco. Enquanto muitas mulheres se sentem seguras no hospital, outras acreditam que sua casa é o porto seguro e, por isso, optam por ter o bebê longe dos holofotes de uma mesa de cirurgia. "Levamos todos os equipamentos de emergência para a casa da mulher, como oxigênio, ambu (respirador manual para 'ambuzar' o bebê caso ele não nasça respirando), medicação para o pós-parto e para hemorragia se a mulher sangrar demais, soro para pegar acesso venoso e temos que ter também um hospital de referência, um plano B para qualquer problema", enumera a apresentadora do programa "Parto pelo mundo".
É com o parto humanizado ou natural que a transição do bebê ocorre da maneira mais tranquila possível. "Não cortamos o cordão umbilical, pois ele tem o tamanho perfeito para o bebê nascer e ir para o colo da mãe. O cordão fica pulsando e o bebê recebe sangue e oxigênio da mãe, prevenindo anemia. Ele respira fazendo a transição com muito mais tranquilidade do que nos casos que de ter que dar o choro estridente para ter o oxigênio. O bebê começa a respirar sem precisar chorar, quando o cordão para de pulsar", reforça Mayra.
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