Nada para a juventude deve ser feito sem a juventude, afirmou nesta terça-feira (23) o enviado das Nações Unidas para a Juventude, Ahmad Alhendawi, no Rio de Janeiro.
O jordaniano participou do encontro ‘Juventude e cultura de paz’ – promovido pelo Centro de Informação da ONU para o Brasil (UNIC Rio), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – para debater o papel dos jovens no desenvolvimento sustentável e na paz.
Pela primeira vez na América Latina, Alhendawi disse que as Nações Unidas querem somar forças com a Igreja e o Governo brasileiro para valorizar a cultura da paz e superar desafios como a falta de oportunidades para os jovens. Ele entende que o crescimento do país nos últimos anos exige uma ampliação da participação juvenil nas decisões políticas.
O enviado defendeu que o combate à violência – um dos problemas considerados mais graves no Brasil pelos participantes do debate – depende de investimento no desenvolvimento humano, com educação de qualidade. Discutiu as dificuldades de ingresso no mercado de trabalho, aborto, casamento gay e a proteção aos direitos humanos para alcançar um mundo de igualdade.
“O Rio de Janeiro é a casa dos objetivos de desenvolvimento sustentável, discutidos na Rio+20, um quadro extremamente importante para revisarmos nossas escolhas, como consumimos, como vamos nos desenvolver para o futuro. Percebemos que nosso planeta não é sustentável atualmente e para fazê-lo sustentável precisamos de mais esforços, precisamos da participação dos jovens como eleitores, como ativistas e também como consumidores para mudar algumas de nossas práticas”, declarou Alhendawi. O Enviado sugeriu também que os jovens se envolvam mais em questões tanto nacionais como internacionais e participem da pesquisa Meu Mundo, onde todos podem expressar suas prioridades para construir um mundo melhor.
Para o internacionalista Thiago Lopes, 26 anos, que representou as lideranças católicas brasileiras no painel, o ponto alto do debate foi a governança. “Agora nós não somos mais cidadãos brasileiros, somos cidadãos do mundo, globais. E o fato de nós votarmos a cada quatro anos implica realmente na sociedade internacional. Nós temos que adquirir uma responsabilidade muito maior quando elegemos nossos líderes porque eles não são só nossos representantes perante a nossa sociedade, perante também às Nações Unidas e toda a comunidade internacional.”
Vindos de todos os continentes, 150 jovens participaram das discussões.
O enviado do secretário-geral seguiu para a Suíça, onde debaterá com especialistas da ONU mecanismos de proteção dos direitos dos jovens.
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