O trágico incidente na Índia, em que 23 crianças morreram depois de comer uma refeição escolar contaminada, é um duro lembrete que os pesticidas altamente perigosos devem ser eliminados nos países em desenvolvimento, disse nesta terça-feira (30) a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
No dia 17 de julho, crianças na aldeia de Dharmasati Gandawa, no Estado de Bihar, morreram depois de comer a merenda escolar feita com óleo de cozinha contaminado pelo pesticida monocrotofós. Esta substância é amplamente utilizada na Índia, apesar de ser descrita com “alta toxicidade aguda” pela FAO e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em comunicado, a FAO salientou que a distribuição e uso de pesticidas altamente tóxicos em muitos países em desenvolvimento representa um risco grave para a saúde humana e ao meio ambiente, e medidas para proteger a população devem ser implementadas.
Em relação ao monocrotofós, muitos governos concluíram que a proibição é a única opção eficaz para prevenir danos às pessoas e ao meio ambiente. Este pesticida foi banido na Austrália, China, Estados Unidos, União Europeia e em muitos países da África, Ásia e América Latina.
“Há consenso de que produtos altamente perigosos não devem estar disponíveis para os pequenos agricultores que não têm o conhecimento, os pulverizadores, equipamentos de proteção e instalações de armazenamento adequadas para gerenciá-los”, disse a FAO.
A agência recomenda que os governos de países em desenvolvimento acelerem a retirada de pesticidas altamente perigosos de seus mercados e mudem para alternativas não químicas e menos tóxicas.
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