A educação e as experiências vividas na primeira infância podem ter influência no rendimento de um atleta de alto padrão? De acordo com a Neurociência, podemos apostar que sim.
Sabe-se que durante a primeira infância (faixa etária que vai do nascimento até os 6 anos), o cérebro está a todo vapor. É durante este período que são formadas conexões neurais que serão decisivas ao longo de toda a vida.
Em outras palavras, fornecer estímulos adequados a uma criança de até seis anos é atitude que vai garantir um melhor desenvolvimento cognitivo (intelectual), afetivo e social ao longo da vida adulta.
Portanto, um atleta que teve uma infância sadia e feliz – durante a qual contou com alimentação adequada, afeto e grande oferta de brincadeiras – certamente estará melhor preparado para enfrentar momentos de grande exigência física e emocional.
Não estranhe ter lido “brincadeiras” no parágrafo acima. O ato de brincar é fundamental para a criança, pois ajuda na formação do cérebro, no aprendizado para o convívio social e na consolidação das emoções. Não à toa, os filhotes de inúmeras espécies de animais precisam brincar para aprender a se virarem sozinhos.
A criança que não brinca, não se alimenta e não recebe afeto terá muito mais dificuldades na juventude e na vida adulta. Essa regra vale para os atletas, por que não? Talvez um “desperdício” neste período tão decisivo da vida resulte na perda de uma medalha olímpica.
Já “gastamos” um ano inteiro do novo ciclo olímpico, iniciado após os Jogos de Londres-2012. Mais uma vez, é crescente a sensação de que muito pouco vem sendo feito no sentido de transformar o Brasil em potência olímpica. A apenas três anos dos Jogos do Rio, discutimos cada vez mais a respeito de infraestrutura (o que é necessário, claro), mas esquecemos da formação humana.
Muito vem sendo dito a respeito da necessidade de investimentos e de um programa consolidado para o esporte olímpico nacional, mas já é hora de incluir os cuidados com a primeira infância no pacote de discussões. Caso contrário, vamos consolidar cada vez mais a hashtag #infelizmentenaodeu.
Leia mais sobre a primeira infância no site da Pupa e do Instituto Zero a Seis.
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