Contribua com o SOS Ação Mulher e Família na prevenção e no enfrentamento da violência doméstica e intrafamiliar

Banco Santander (033)

Agência 0632 / Conta Corrente 13000863-4

CNPJ 54.153.846/0001-90

sábado, 14 de junho de 2014

Investimento em partos normais pode salvar milhões de mulheres e seus filhos

10.06.2014
Adital


Um informe divulgado recentemente pelo UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, juntamente com a Confederação Internacional de Parteiras (ICM, en inglês), a Organização Mundial da Saúde e parceiros revela que em 73 países onde esses serviços são requeridos mais desesperadamente ocorrem déficits importantes com o pessoal para partos normais. O informe recomenda novas estratégias para tratar esses déficits e salvar milhões de vidas de mulheres e recém-nascidos.


Os 73 países africanos, asiáticos e latino-americanos representados em "Estado dos Partos Normais no Mundo 2014: rumo ao acesso universal à saúde - um direito da mulher” sofrem 96% da percentagem mundial de mortes maternas, 91% de mortes de bebês e 93% de mortes neonatais, mas só contam com 42% das parteiras, enfermeiros e médicos do mundo.

Educação e capacitação em parto normal
O informe urge os países a investir em educação e capacitação em parto normal para contribuir a fechar as impressionantes brechas existentes. Os investimentos em educação e capacitação em parto normal, segundo estandartes acordados internacionalmente, podem produzir (como revela um estudo de Bangladesh) um retorno de 1.600% em investimentos.

"As parteiras realizam enormes aportes à saúde das mães e recém-nascidos, e ao bem estar da comunidade toda. O acesso à atenção médica de qualidade é um direito humano básico. Um maior investimento em parto normal é a chave para converter esse direito em realidade para as mulheres de todas as partes", afirma Babatunde Osotimehin, diretor executivo do UNFPA.

As parteiras ocupam um papel crucial no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 4 (diminuir a mortalidade infantil) e 5 (aumentar a saúde materna). Ao aprenderem estandartes internacionais e ao estarem dentro de um sistema de saúde completamente funcional, podem prestar cerca de 90% da atenção fundamental para mulheres e recém-nascidos, e podem reduzir potencialmente as mortes maternas e neonatais em dois terços.


Uma grave carência de atenção em parto normal
Apesar de uma firme diminuição na mortalidade materna nos 73 países abarcados no informe (que cai 3% anualmente desde 1990) e nas mortes neonatais (que cai 1,9% por ano desde 1990), esses países devem fazer mais para tratar a grave carência de atenção em partos normais.

"As parteiras são fundamentais para a atenção em partos normais e para as vidas das mulheres e crianças recém-nascidas. O informe precede a "Lancet Special Series on Midwifery”, que juntamente com o informe oferecerão as provas que guiarão os encarregados pela formulação de políticas em sua busca para terminar com as mortes maternas e neonatais evitáveis", expressa a presidenta da ICM, Frances Day-Stirk.

O informe, que foi lançado no 30º Congresso Trienal da ICM de Praga, República Checa, destaca o progresso alcançado desde o informe inaugural de 2011 e as soluções para as barreiras traçadas em quatro áreas chave: disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade dos serviços de parto normal.

Vários países têm fortalecido efetivamente seus serviços de parto normal e melhorado o acesso: quase metade (45%) dos 73 países implementaram medidas para reterem as parteiras em áreas remotas e 28% está incrementando o recrutamento e disponibilidade de parteiras, enquanto que 20% implementaram novos códigos de prática, e 71% melhoraram a coleta de informação, o que permite aos países tratar as carências e os estandartes educativos.

Centenas de milhares de mortes evitáveis anualmente
Apesar do progresso, as iniquidades, como a falta de acesso a serviços e a pobreza têm aumentado dentro dos países e entre eles. Ainda não há parteiras educadas adequadamente para cobrir a saúde de mulheres e recém-nascidos, o que contribui para centenas de milhares de mortes evitáveis anualmente.

Atualmente, só 22% dos países contam com suficientes parteiras para oferecer intervenções que salvem vidas a fim de satisfazer as necessidades de mulheres e recém-nascidos, o que gera mais de três quartos (78%) dos países com carências graves na atenção adequada.

À medida que a população cresce, também o faz a brecha em infraestrutura e recursos fundamentais, a menos que sejam tomadas medidas urgentes.

Ter acesso aos serviços sexuais, reprodutivos e maternos
O informe de 2014 inclui recomendações para eliminar essas brechas e garantir que todas as mulheres tenham acesso a serviços sexuais, reprodutivos, maternos e neonatais. Estes incluem assuntos como a atenção preventiva e de apoio de uma equipe de partos normais colaboradora, acesso imediato a serviços de emergência quando resulte necessário e a finalização da educação pós-secundária. A partir de uma perspectiva mais ampla, as mulheres deveriam atrasar o matrimônio, ter acesso à nutrição saudável e receber quatro visitas pré-natais.

"Esse informe, como o "Every Newborn Action Plan”, adotado recentemente pela Assembleia Mundial da Saúde, estabelece um claro caminho adiante. Ambos procuram alentar os governos a destinar os recursos pertinentes a serviços médicos maternos e neonatais dentro dos planos do setor da saúde nacional. Isso deveria incluir fundos para a educação e retenção de parteiras. Seguiremos apoiando os países a desenvolver e fortalecer seus serviços de partos normais como intervenção fundamental para salvar as vidas de mulheres e recém-nascidos”, afirma Flavia Bustreo, diretora geral auxiliar da OMS para a saúde das famílias, mulheres e crianças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário