Fundação Buffet está promovendo uma revolução na saúde reprodutiva das mulheres nos EUA
31 de julho, 2015O investidor americano Warren Buffett, que completa 85 anos em agosto, tornou-se um nome mais conhecido no Brasil quando se associou ao empresário brasileiro Jorge Paulo Lemann para comprar a Heinz, a gigante dos catchups, em uma transação avaliada em US$ 28 bilhões, em março de 2015. À frente da holding de investimentos Bershire Hathaway, Buffet é um dos empresários mais bem-sucedidos do mundo, com fatias em empresas como a Coca-Cola, o Washington Post e a American Express. Mas Buffett é, também, um ícone feminista, como mostra a matéria de capa da revista Bloomberg desta semana, que explorou os interesses filantrópicos do empresário.
Muito discretamente, Buffet vem financiando, através de sua fundação privada, uma revolução na saúde reprodutiva da mulher americana.
Nomeada em homenagem a sua primeira mulher, a Fundação Susan Thompson Buffett é a terceira maior fundação familiar nos EUA, atrás apenas das fundações Bill & Melinda Gates e da Ford. Em 2013, o último ano para o qual registros fiscais estão disponíveis, Buffet doou quase meio bilhão de dólares para organizações dedicadas à saúde reprodutiva da mulher. A fundação mantém um sitedespretensioso, evita cuidadosamente a imprensa, e tem apenas cerca de 20 funcionários na equipe. Seus gestores costumam recusar pedidos de entrevista.
Mas em uma declaração de janeiro de 2008, tornada pública recentemente, Judith DeSarno, ex-diretora da Fundação Buffett para programas nacionais, deu o seguinte panorama das doações feitas pela fundação: “Buffett vai doar mais para a saúde reprodutiva do que todas as outras fundações juntas”, disse ela. “Já estamos fazendo isso este ano, e vamos continuar.”
Na última década, a Fundação Buffett tornou-se, de longe, a mais influente defensora de pesquisas sobre o dispositivo intra-uterino (DIU), um contraceptivo ainda considerado tabu nos EUA, e expandiu o acesso ao anticoncepcional.
A má fama do DIU
Uma década atrás, quase ninguém nos EUA usava DIU, que tinha uma má reputação persistente por causa de histórias horríveis associadas ao uso do dispositivo. Em 2013, no entanto, na medida em que as americanas tiveram conhecimento de designs mais seguros e modernos do anticoncepcional, o DIU se tornou o método preferido de 10% das mulheres americanas, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. Entre mulheres de 25 a 34 anos, o DIU é tão popular quanto o preservativo, e é muito mais eficaz.
A família Buffett é, em grande parte, responsável por essa mudança, a maior no controle de natalidade nos EUA em uma geração, diz a Bloomberg. “Para Warren, é uma questão econômica. Ele acha que a menos que as mulheres possam controlar sua fertilidade, e isso é basicamente um direito delas, estaremos desperdiçando mais de metade da capacidade intelectual dos Estados Unidos”, disse Judith na entrevista de 2008. “Bem, não apenas nos Estados Unidos. No mundo todo. “
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