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domingo, 10 de janeiro de 2016

A legitimação do trabalho infantil na Bolívia

Com 1 milhão de crianças trabalhando, a Bolívia segue na contramão da tendência de reduzir o trabalho infantil no mundo


10 jan., 2016

Na Bolívia, o trabalho infantil é considerado por muitos uma tradição andina. É comum ver crianças pequenas tralhando em pequenos negócios de família ou na venda de produtos artesanais nas ruas.
O número de crianças trabalhando é tão alto, cerca de 1 milhão, que em 2014 o país decidiu legalizar o trabalho infantil a partir dos 10 anos, o que dividiu opiniões e colocou a Bolívia na contramão da tendência de reduzir o trabalho infantil no mundo.
Ativistas dos direitos das crianças criticaram a medida, afirmando que ela traz mais pobreza para o país, além de ir contra as leis de proteção à criança da ONU. Eles também argumentam que a lei abre caminho para a exploração do trabalho infantil.
Já os congressistas que aprovaram a lei usaram como argumento o fato do trabalho infantil já existir na Bolívia e ser a única opção para muitas famílias pobres do país, onde todos os membros, incluindo as crianças, trabalham.
“O trabalho infantil já existe na Bolívia e é difícil de combater. Em vez disso, nós queremos proteger os direitos e garantir segurança para o trabalho das crianças”, disse o senador Adolfo Mendoza.
A lei prevê que crianças a partir dos 10 anos podem trabalhar desde que estejam sob a supervisão dos pais e matriculadas em escolas. A medida tem o total apoio do presidente Evo Morales. “Eliminar o trabalho de meninos e meninas seria como eliminar a consciência social das pessoas”, disse Evo em 2014, durante um ato que pedia a aprovação da lei.
Jo Becker, chefe da divisão dos direitos das crianças da Human Rights Watch, discorda. Segundo ela, crianças que trabalham, no futuro, tendem a ter um nível educacional menor e ganhar salários mais baixos quando adultas.
“A Bolívia está em descompasso com o resto do mundo. O trabalho infantil pode ser considerado uma solução de curto prazo para dificuldades econômicas, mas, na verdade, é a causa da pobreza”, disse em entrevista ao Telegraph.
Segundo estatísticas recentes, as crianças representam 15% da força de trabalho da Bolívia. A maioria delas trabalha no setor têxtil, em fazendas e como colhedores de folhas de coca, vendedores de rua e carregadores de mercado.

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